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Moraes Moreira morre aos 72 anos, no Rio de Janeiro

Causa da morte ainda não é conhecida. Cantor e compositor começou a tocar sanfona com 12 anos, fez parte dos Novos Baianos e lançou mais de 60 discos

Foto: Acervo TV Globo
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Moraes Moreira interpreta o Visconde de Sabugosa no especial Pirlimpimpim, exibido originalmente pela Globo em 1982

13 abril, 2020

Rio de Janeiro (RJ) -  O cantor e compositor Moraes Moreira morreu na madrugada desta segunda-feira (13/4) aos 72 anos no Rio de Janeiro. A causa da morte ainda não é conhecida. “A gente não sabe direito o que ocorreu. Nem eu, nem as irmãs sabemos”, disse Eduardo Moraes, irmão do cantor. O corpo de Moraes Moreira foi encontrado nesta manhã no apartamento em que ele morava. O artista vivia sozinho, segundo o irmão. Antonio Carlos Moreira Pires nasceu em Ituaçu, no interior da Bahia, em 8 de julho de 1947. Moraes Moreira começou tocando sanfona de doze baixos em festas de São João e outros eventos na cidade. Na adolescência aprendeu a tocar violão, enquanto fazia curso de ciências em Caculé, na região sudoeste da Bahia, em 1967. Aos 19, ele foi para Salvador, onde começou a estudar no Seminário de Música da Universidade Federal da Bahia. Lá, ele conheceu seus futuros companheiros dos Novos Baianos, Luiz Galvão e Paulinho Boca de Cantor, além de Tom Zé. Em 1968, eles criaram o espetáculo que deu origem aos Novos Baianos, Desembarque dos Bichos depois do Dilúvio Universal. O grupo já tinha também a participação de Baby do Brasil (Baby Consuelo, na época) na voz e o guitarrista Pepeu Gomes quando foi participar do popular Festival da Música Popular Brasileira na TV em 1969, com a música “De Vera”, de Moreira e Galvão. No ano seguinte, o grupo lançou seu disco de estreia, “Ferro na boneca”. Mas foi em 1972 que eles lançaram o álbum, “Acabou chorare”, que consagrou os Novos Baianos. O trabalho juntava samba, rock, bossa nova, frevo, choro e baião. Ele ficou no grupo de 1969 até 1975, quando saiu em carreira solo. Em 1976, ele se tornou o primeiro cantor de trio elétrico, ao subir no trio de Dodô e Osmar, e cantou a música “Pombo correio”, sucesso na época. Já em 1997, ele reuniu o grupo Novos Baianos para lançar o disco ao vivo Infinito Circular, com canções dos discos anteriores e algumas inéditas. Em 2007, Moraes Moreira publicou o livro A História dos Novos Baianos e Outros Versos, escrito em linguagem de cordel, conta a história dos Novos Baianos. Em 2017, ele lançou outro livro, o "Poeta Não Tem Idade", com cerca de 60 textos sobre homenagens a Luiz Gonzaga, Machado de Assis, Gilberto Gil e muitos outros. Nos últimos anos, Moraes Moreira se envolveu em shows de reunião dos Novos Baianos e também de trabalhos solo. O artista também se dedicou a trabalhos com o filho. No total, ele lançou mais de 60 discos entre a carreira solo, Novos Baianos, Trio Elétrico Dodô e Osmar, além da parceria com o guitarrista Pepeu Gomes. Em março deste ano ele fez a última postagem no Instagram falando sobre a quarentena que o mundo vive por causa da Covid-19.

Fonte: G1 Bahia / Poptvnews