Brasília (DF) - O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que o ensino superior não deveria ser para todos, mas “para poucos”. A declaração foi dada em entrevista à TV Brasil na noite da última segunda-feira (9/8). “Universidade deveria, na verdade, ser para poucos, nesse sentido de ser útil à sociedade”, declarou o ministro. A fala foi uma defesa do ensino técnico, que seria mais “útil à sociedade”, segundo Milton Ribeiro. “Tenho muito engenheiro ou advogado dirigindo Uber porque não consegue colocação devida. Se fosse um técnico de informática, conseguiria emprego, porque tem uma demanda muito grande”, disse à TV Brasil, no programa “Sem Censura”. Na entrevista, ele também abordou a questão das cotas. Ele afirmou que a lei desconstrói a ideia de que na universidade pública só tem “filhinho de papai”. “Pelo menos nas federais, 50% das vagas são direcionadas para cotas. Mas os outros 50% são de alunos preparados, que não trabalham durante o dia e podem fazer cursinho. Considero justo, porque são os pais dos 'filhinhos de papai' que pagam impostos e sustentam a universidade pública. Não podem ser penalizados.”
Críticas à esquerda e aos professores
Ribeiro aproveitou a entrevista para criticar a esquerda e também os professores. Segundo o ministro, um reitor de universidade “não pode ser esquerdista, lulista”. Assine agora a newsletter Yahoo em 3 Minutos“Respeitosamente, vejo que alguns deles optaram por visão de mundo à esquerda, socialistas. Eu falei pra eles: se formos discutir essas questões, nunca vamos chegar a um acordo”, afirmou. “Não pode ser esquerdista, lulista. Eu acho que reitor tem que cuidar da educação e ponto-final, e respeitar quem pensa diferente. As universidades federais não podem se tornar comitê político de um partido A, de direita, e muito menos de esquerda.” Sobre os professores, o ministro reclamou dos docentes “com viés político-ideológico” e se referiu aos professores da educação básica. Ele acusou os profissionais da educação de não quererem a volta às aulas presencialmente. “Infelizmente, alguns maus professores (a grande maioria está querendo voltar e se preocupa com as crianças) fomentam a vacinação deles, que foi conseguida; agora [querem a imunização] das crianças; depois, com todo o respeito, para o cachorro, para o gato. Querem vacinação de todo jeito. O assunto é: querem manter escola fechada”, disse.