Brasília (DF) - A médica Ludhmila Hajjar, que foi cotada por Jair Bolsonaro (sem partido) para assumir o Ministério da Saúde, afirmou que sofreu ataques de apoiadores do presidente da República. Em entrevista à CNN, ela relatou tentativas de invasão ao hotel onde ela estava e ameaças de mortes por parte de bolsonaristas. “Eu recebi ataques, tentativa de invasão no hotel que eu estava, ameaças de morte, fui agredida com áudios e vídeos falsos com perfis. Mas estou firme e forte aqui. Hoje volto para São Paulo para continuar a minha missão, que é ser médica. Estou à disposição do meu país e vou continuar atendendo pessoas da direita e da esquerda”, declarou. A médica cardiologista recusou o convite para ocupar o cargo por divergências com Jair Bolsonaro. Ela já havia se manifestado contra o chamado “tratamento precoce”, ou seja, uso de medicamentos comprovadamente ineficazes contra a covid, incentivados pelo presidente. Além disso, apoiava o isolamento social e a vacinação em massa. Após o nome de Ludhmila Hajjar começar a ser ventilado para substituir Pazuello, apoiadores de Bolsonaro resgatar uma live que a médica fez com a ex-presidente Dilma Rousseff. Ludhmila integrou a equipe que tratou a petista, quando foi acometida por um câncer. À CNN, a cardiologista disse que nunca declarou posição política. “A missão do médico é cuidar, confortar, salvar a quem quer que seja e isso muito me honra”, afirmou. Ludhmila tratou de Arthur Lira, Eduardo Pazuello e Fabio Farias quando todos tiveram covid-19. “Talvez, para pessoas radicais que estão defendendo o discurso da polarização é algo que me diminui. Pelo contrário, se eu fizesse isso, eu não estaria negando o juramento que eu fiz no dia que me formei na Universidade de Brasília. Continuarei cuidando da direita e da esquerda porque eu não tenho medo”, disse.
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