“Precisamos admitir que ainda precisamos fazer com que os bilionários do mundo paguem sua justa contribuição em impostos ”, disse Fernando Haddad, ministro da Fazenda, na abertura do G20 em São Paulo nesta quarta-feira (28), evento do qual participou remotamente por conta do diagnóstico com Covid-19 . O ministro expressou críticas às operações financeiras adotadas por indivíduos ricos para reduzir o pagamento de impostos. “Chegamos a uma situação insustentável, em que o 1% mais rico detém 43% dos ativos financeiros mundiais e emitem a mesma quantidade de carbono que os dois terços mais pobres da humanidade”, argumentou. Haddad planeja discutir no G20 a tributação progressiva da renda e do patrimônio, questões que também estão sendo abordadas pelo ministro na agenda interna. “Um complexo sistema offshore foi estruturado para oferecer formas cada vez mais elaboradas de evasão tributária aos super-ricos. Estas tendências culminaram na crise financeira de 2008, expondo claramente as limitações daquela forma de globalização”, disse o ministro. Além disso, Haddad defendeu que o governo passou o primeiro ano reforçando a credibilidade fiscal e criando as bases de uma nova política econômica, que tem relação direta com as prioridades agora apresentadas ao G20.
Reforma tributária
A reforma tributária , discutida por quase 30 anos, foi aprovada em dezembro de 2023 para simplificar a tributação sobre o consumo, alterando a maneira como os brasileiros compram produtos e serviços. O texto-base recebeu 365 votos a favor e 118 contra após uma série de negociações entre a Câmara e o Senado, contando ainda com a participação do Ministério da Fazenda. A proposta já havia recebido aprovação dos deputados federais em julho do ano passado. Contudo, o Senado realizou modificações no texto, requerendo uma nova análise da reforma por parte dos deputados, seguindo as normas legislativas.
O que é o G20?
O G20 é um fórum de cooperação econômica internacional fundado em 1999. Seu propósito é fortalecer a economia global e abordar questões cruciais para o desenvolvimento socioeconômico mundial. As nações que compõem o grupo representam aproximadamente 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, 75% do comércio internacional e dois terços da população global. A atual liderança brasileira está inserida no sistema de presidências rotativas do grupo, permanecendo até o final deste ano.