Recife (PE) - A Justiça do Trabalho em Pernambuco condenou Sarí Corte Real e Sérgio Hacker, patrões da mãe de Miguel Otávio, de 5 anos, que morreu em junho de 2020 ao cair do prédio onde o casal mora, no Recife. Eles deverão pagar R$ 386.730,40 por danos morais coletivos. “A forma de prestação de serviços trouxe consigo a tragédia da morte do filho de uma das domésticas o que reflete o tratamento discriminatório. Não teria a ré o mesmo comportamento com Miguel se ao seu lugar estivesse um parente ou filho de mesma idade de uma de suas amigas”, diz trecho da sentença do juiz substituto José Augusto Segundo Neto, da 21ª Vara do Trabalho. A decisão foi tomada a partir de ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Mirtes Renata, mãe de Miguel, comemorou a decisão judicial em seu perfil no Instagram: “Deus é especialista em reviravoltas”. Miguel acompanhava a mãe, Mirtes Renata de Souza, ao trabalho no apartamento dos patrões, já que as creches em Recife estão fechadas por causa da pandemia. Mirtes teve de descer para passear com o cachorro da patroa, e deixou o filho aos cuidados desta. O menino teria começado a chorar enquanto a patroa fazia as unhas com uma manicure e entrou no elevador do prédio, no 5º andar, para buscar a mãe. Sarí Corte Real não impediu o menino de entrar no elevador e o deixou sozinho. Imagens do circuito de câmeras de segurança mostram que a patroa de Mirtes fala com o menino no elevador e parece apertar um dos botões. De acordo com a investigação, o menino desceu no 9º andar, escalou uma grade na área dos aparelhos de ar-condicionado e caiu. Sarí Côrte Real foi presa em flagrante e indiciada pelo crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas pagou a fiança de R$ 20 mil reais e responde às acusações em liberdade.
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