Luiz Eugênio, candidato ao governo do Rio de Janeiro pelo PCO, propôs aumentar o salário mínimo estadual para R$ 7 mil, usando como base as pesquisas do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Em entrevista ao podcast Desenrola, Rio, exibida na sexta-feira (2/9) pelo g1, Eugênio também ofertou saídas para o desemprego, como redução da carga horária semanal para 35 horas. “Política é questão de decisão”, respondeu, ao ser questionado pelo jornalista Edimilson Ávila se a proposta de elevar o piso é viável. Atualmente, o mínimo no RJ é R$ 1.283. “Fala-se do estado quebrado, mas avalia isso com o lucro que os bancos tiveram. Há uma fuga de recursos e de interesses, e é essa distorção que o PCO quer resolver. Abrindo os cofres e a administração, a gente vai saber onde estão esses desvios e voltá-los para o povo”. Perguntado sobre a possibilidade de aumento no desemprego com um salário mais de 5 vezes superior ao atual, Eugênio argumentou que a saída seria reduzir a jornada de trabalho para 35 horas semanais. “A gente vai ter muito mais emprego para as pessoas. Vai distribuir as vagas que existem e até os postos já ocupados para poder abrir mais vagas. Trabalha-se menos para que todos possam trabalhar”. Para viabilizar a ideia, o candidato afirmou que o Rio de Janeiro sairia do Regime de Recuperação Fiscal, que suspende, temporariamente, o pagamento da dívida do estado com a União e prevê outras ações para que o estado consiga economizar bilhões e, assim, investir em áreas prioritárias, como saúde, educação e segurança.
População armada e milícias
No âmbito da segurança pública, Eugênio sugeriu o fim da PM e a criação de um conselho no lugar da Secretaria de Segurança. “Nesse conselho estaria todo o amparo do estado com seus recursos, os técnicos e o ‘povão’, toda a comunidade envolvida, principalmente as que mais sofrem com a violência”, disse. O candidato também citou as ‘milícias populares’, que seriam armadas pelo estado, formando uma espécie de guardas comunitários populares. “A maioria dos candidatos fala de aumentar policial aqui, usar equipamentos de inteligência artificial... ou seja, você vai montar uma polícia extremamente eficiente para exterminar a população. Esse povo é que gera riqueza”, apontou. “Então tem que se pensar em uma forma de segurança pública voltada a preservar os trabalhadores, os pobres”. Ele ainda garantiu que caberia ao estado não só suprir belicamente tais milícias, como também oferecer orientação e formação. “A violência fugiu do controle do povo e do estado. Para retomar o controle não pode ser a tradição do jeito que está ai, os policiais são uma máquina de guerra”. Ele concluiu dizendo que as milícias atuais serão combatidas.