SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A soltura do ex-presidente Lula (PT) e o anúncio de que ele pretende se casar com Rosângela da Silva, a Janja, precipitaram a saída da socióloga dos quadros de Itaipu. Na terça-feira (12/11), ela assinou adesão ao PDV (Programa de Demissão Voluntária) da binacional, onde trabalhou por quase 15 anos e tinha salário de R$ 20 mil. "Foi acertado o desligamento oficial dela da companhia em 2 de janeiro. Até lá, ela vai usufruir de férias e dias de bonificação a que tem direito", disse à Folha de S.Paulo Patrícia Iunovich, superintendente de Comunicação de Itaipu. A situação funcional de Janja, 52, estava indefinida desde que, ao assumir o comando da companhia no governo Jair Bolsonaro, o general Joaquim Silva e Luna decidiu fechar o escritório de Itaipu em Curitiba, onde ela estava lotada. A transferência dos 120 funcionários da capital paranaense para Foz do Iguaçu deverá acontecer até 31 de janeiro de 2020. A namorada de Lula ainda não havia comunicado à direção de Itaipu sobre sua intenção de ser transferida ou não para Foz do Iguaçu. Uma pessoa que acompanhou as negociações disse que o processo estava em "banho-maria" até Lula, 74, ser solto na última sexta-feira (8/11). Após deixar a cela da PF em Curitiba, o petista deu um beijo em Janja. "Eu consegui a proeza de, preso, arrumar uma namorada e ainda ela aceitar casar comigo. É muita coragem dela", afirmou Lula a apoiadores. Enquanto Lula esteve preso, Janja usava folgas e horário flexível para visitar o namorado. Ela batia ponto no acampamento montado em frente à Superintendência da PF em Curitiba, onde interagia com a militância, participava das cantorias e de outros momentos da vigília que durou 580 dias. Ela escrevia uma carta por dia para Lula, segundo relato de petistas e assessores. Fazia questão ainda de preparar a comida a ser enviada ao ex-presidente diariamente. Até então, a socióloga trabalhava na área de responsabilidade social de Itaipu e se ocupava de ações de voluntariado. E cumpria a carga horária exigida no trabalho. Seu ponto era controlado regularmente, como é de praxe, dentro da binacional. Em Itaipu, Janja ficou conhecida como apadrinhada de Lula, de quem fazia questão de mostrar proximidade nas visitas feitas a Foz do Iguaçu durante o período em que ele ocupou a Presidência da República e também depois. A proximidade teria permitido que Janja fosse cedida à Eletrobras enquanto fazia um curso no Rio, cidade onde morou por seis anos. De sua passagem por Itaipu, ficou a memória de umas férias no Caribe, quando a socióloga postou no jornal eletrônico interno fotos de biquíni. As imagens publicadas na seção "Turbinadas", em referência às turbinas da hidrelétrica, renderam elogios pela boa forma de Janja. E também críticas pela exposição desnecessária, segundo um ex-funcionário graduado de Itaipu. Filha de operários que chegou à universidade, Janja sempre foi ligada a movimentos sociais e de base do PT. Procurada pela reportagem, ela não quis se pronunciar e encaminhou a demanda de entrevista para a assessoria. "Não vamos falar de assuntos pessoais. A minha questão é só mesmo corrigir informações eventualmente erradas que queiram checar", respondeu José Chrispiniano, assessor do imprensa do Instituto Lula, ao confirmar a adesão de Janja ao PDV. Amigas próximas também se recusaram a falar sobre o romance e até mesmo sobre fatos conhecidos da vida da socióloga. Janja está blindada pelo PT para não aparecer mais do que tem aparecido. O fato de estar grudada em Lula todo o tempo em que estão juntos também causa ciumeira dentro e fora do partido. Lula é viúvo desde fevereiro de 2017, quando a primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva morreu, aos 66 anos, após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico.
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