Goiânia (GO) - Prefeitos da Região Metropolitana de Goiânia estudam um novo decreto para fechar todo o comércio não essencial por sete dias. As medidas mais severas foram propostas em uma reunião com 11 prefeitos e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), na tarde de sexta-feira (26/2), no Paço da capital. Eles avaliam a necessidade do fechamento diante do aumento de casos de coronavírus e a superlotação da rede de saúde nos municípios. Segundo o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), o decreto deve ser publicado na segunda-feira (1º/3) e começar a valer no mesmo dia. Mas o conteúdo do documento pode ser apresentado à população no sábado (27), após uma rodada de reuniões marcadas com gestores da Região Metropolitana para a noite desta sexta-feira. Cruz foi taxativo sobre a capacidade de atendimento da rede municipal de Saúde, após sair da reunião com os políticos. "Não temos condição de atender mais ninguém. Goiânia chegou nestes dias a 84% de lotação das UTIs. O nosso desejo, de acordo com a situação atual, é fechar tudo a partir de segunda-feira [1º/3], apenas o essencial deve funcionar", disparou o prefeito. O governador Ronaldo Caiado disse que o estado monitora a escalada de casos confirmados e mortes por Covid-19 desde que a Secretaria Estadual de Saúde identificou a circulação das novas variantes do vírus de Manaus e do Reino Unido, há cerca de duas semanas. "Goiás está em fase crítica. As equipes de saúde não suportam mais as superlotações. Vamos abrir mais 60 leitos de UTIs em Uruaçu, mas não é suficiente se não contivermos o avanço dos casos", pontuou Caiado. O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (MDB), também participou da reunião e acredita que será possível reavaliar o cenário de casos e ocupação de UTIs após os sete dias iniciais do decreto. Depois deste período, devem decidir se o texto será prorrogado. "É preciso ter consciência. Não dá para fechar tudo e as pessoas ficarem em casa fazendo churrascos e festas porque os casos aumentam de novo depois", destacou Mendanha. Mendanda ressalta que as medidas foram discutidas e acertadas entre os prefeitos de forma rápida, após os aumentos dos casos, e que os municípios e o estado nunca estiveram tão próximos de um colapso na rede pública de saúde. Para o prefeito de Aparecida de Goiânia, apesar da medida restritiva, a vacinação de idosos na Região Metropolitana deve continuar devido à importância de imunizar os grupos prioritários. A capital começou a vacinar idosos com idade superior a 80 anos nesta semana. Já Aparecida de Goiânia avançou a faixa etária para os idosos com 75 anos. Até a publicação do novo documento, o decreto que entrou em vigor na quinta-feira (25) dita as regras para o comércio de Goiânia. Entre elas, estão a definição de horários específicos de funcionamento para bares e restaurantes e para a Região da 44, além da redução da capacidade de lotação em estabelecimentos comerciais, templos religiosos, escolas e velórios.
Leitos de UTI
A rede de saúde pública de Goiânia tem 224 leitos de UTIs para pacientes com coronavírus. Nesta sexta-feira, a ocupação chegou a 84%, segundo o prefeito Rogério Cruz. O índice de ocupação das enfermarias é de 89%. Apenas no Hospital e Maternidade Célia Câmara, a unidade com maior quantidade de leitos na capital, com 70 vagas, a ocupação estava em 85%. Em Aparecida de Goiânia, a taxa de ocupação das UTIs da rede pública está em 75%. Já a rede privada registra 100% das vagas preenchidas nesta sexta-feira. Na rede estadual de saúde, o índice de ocupação das UTIs chegou a 92% e das enfermarias, 69%.
Coronavírus nos municípios
A capital registrou 112.258 moradores contaminados com o vírus e 2.267 mortes foram confirmadas desde o início da pandemia. Já no município vizinho, Aparecida de Goiânia, o registro de contaminados é de 48.943 e as mortes chegaram a 468. Os dados da Secretaria Estadual de Saúde revelam que 394.591 pessoas foram infectadas com o coronavírus até esta sexta, e 8.479 moradores morreram por causa da doença.