Goiânia (GO) - Várias atividades consideradas não essenciais reabrem as portas na terça-feira (14/7), em Goiânia, após a publicação do novo decreto municipal de flexibilização. Voltam a funcionar estabelecimentos como lojas do comércio de rua, restaurantes, bares e academias. No entanto, é preciso seguir padrões sanitários rígidos para evitar a disseminação do coronavírus. Os horários para cada setor abrir são diferentes e foram definidos pela Prefeitura de Goiânia. Em todos os casos, há medidas de segurança necessárias básicas, como disponibilizar álcool gel e manter o distanciamento entre as pessoas. O decreto que permitiu a liberação, assinado pelo prefeito Iris Rezende (MDB), foi publicado na segunda-feira (13/7). Ele seguiu as diretrizes do documento publicado pelo governador Ronaldo Caiado (DEM), horas antes. Donos de bares e restaurantes vivem enorme expectativa, pois estão com as portas fechadas desde março. Nos últimos quatro meses, puderam funcionar apenas nos sistemas drive-trhu e delivery. Eles poderão operar com apenas 50% da capacidade máxima. O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Goiás (Abrasel-GO), Fernando Jorge, salientou que o movimento neste primeiro dia deve ser pequeno por ser início de semana, mês de férias e por muitas pessoas estarem fora da cidade. Por isso, ele crê que a retomada será tranquila. "A cidade está tranquila, acredito que, reabrindo hoje, vamos abrir com a tranquilidade e passividade do goianiense na volta aos bares e restaurantes", destaca. O comércio de rua e shoppings chegaram a reabrir no mês passado algumas vezes após entidades vinculadas à categoria conseguirem liminares na Justiça. Mas as decisões foram cassadas e os estabelecimentos tiveram de fechar novamente. Na Região da 44, tradicional polo de confecções do estado, o movimento de clientes nesta manhã foi bastante intenso. Muitas pessoas aproveitaram o primeiro dia de abertura para fazer compras. Embora algumas lojas estivessem fechadas, a maioria reabriu e obedeceu as normas sanitárias, como medir a temperatura dos clientes e disponibilizar álcool gel. As academias puderam funcionar por alguns dias - também via decisões do Judiciário. No entanto, da mesma forma, o setor acabou sendo fechado. Para a retomada, deverão funcionar com apenas 30% da capacidade. O presidente do Sindicado das Academias de Goiás, Dennis Egídio Gonçalves Dias, disse que, apesar da liberação, as academias terão um retorno "lento" e que alguns empresários têm receio de reabrir porque podem ser surpreendidos com uma nova decisão determinando o fechamento a pedido pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO),.
"Muitos de nós ainda tem medo do Ministério Público. Isso aconteceu há pouco em Brasília, que abriu em um dia e o MP fechou no outro. Mas eu acredito que não [haverá decisão contrária na Justiça]. Como é uma decisão conjunta entre prefeitura e estado, não vai ter esse jogo de interesses. Esse medo do Ministério Público é pequeno", afirmou.
Em nota, o MP-GO informou que encaminhou ofício à prefeitura no qual solicita "informações sobre o embasamento técnico-científico para a edição" do decreto que liberou as atividades. Foi estipulado um prazo de dois dias para resposta. No documento, pede ainda "informações sobre os protocolos gerais e específicos para a realização de atividades econômicas e não econômicas". Embora questionado, o MP não se pronunciou sobre as declarações do presidente do Sindicato das Academias. Seguem proibidos de funcionar boates, salões de festas e jogos, cinemas, teatros e parques aquáticos. Também não são permitidos eventos presenciais públicos e privados de qualquer natureza.
Fiscalização
A Prefeitura de Goiânia promete uma fiscalização rigorosa dos cumprimentos dos protocolos sanitários estabelecidos. Ao todo, serão 220 fiscais monitorando a situação dos locais por meio de ronda ou denúncia via app Prefeitura 24 horas. De acordo com Dagoberto Costa, coordenador da Central de fiscalização de Goiânia, locais como bares e restaurantes devem ficar atentos ao distanciamento. Ele também conta com a cooperação dos clientes. "O principal na reabertura é o distanciamento dentro do bar. As mesas tem de ficar afastada no mínimo por 2 metros de distância. O bar tem que receber no máximo 50% da capacidade. Os clientes sentados à mesa podem ficar sem máscara, mas se levantou para ir ao sanitário ou pagar a conta, tem de colocá-la", explica.
Confira os horários de abertura e fechamento do comércio:
Início às 6h sem restrição de horário para fechamento:
Padarias e panificadoras.
Início às 7h sem restrição de horário para fechamento:
Hipermercados, supermercados, mercados e mercearias;
Açougues e peixarias;
Hortifrutigranjeiros;
Frios e empórios;
Peças e acessórios para veículos automotores;
Oficinas (inclusive as oficinas no interior das concessionárias);
Borracharias
Início às 7h30 e fechamento às 17h30:
Comércios essenciais ao setor agropecuário (inclusive produtos e insumos veterinários, peças e periféricos para máquinas e equipamentos agrícolas);
Serviços essenciais ao setor agropecuário (inclusive oficinas para máquinas e equipamentos agrícolas).
Início às 8h30 sem restrição de horário para fechamento:
Escritórios;
Profissionais liberais.
Início às 9h e fechamento às 17 horas:
Comércio varejista de rua;
Galerias, camelódromos e centros comerciais;
Empreendimentos que compõem a região da 44 (shoppings, galerias e lojas localizados na área estabelecida no Anexo Único do Decreto n.° 1313, de 13 de julho de 2020 );
Imobiliárias.
Início às 10 horas sem restrição de horário para fechamento:
Concessionárias de veículos automotores (exceto oficinas no interior das concessionárias);
Barbearias e salões de beleza.
Início às 12h e fechamento às 20 horas:
Shoppings centers
Início no horário normal de funcionamento e fechamento até a meia-noite:
Bares;
Restaurantes e similares;
Lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares;
Pit-dogs.
Início às 6h30, 8h30 ou após 10h30 sem restrição de horário para encerramento:
Serviços domésticos e diaristas;
Manutenção e limpeza predial.
Horários normais de funcionamento
Comércio atacadista;
Call centers;
Atividades de indústrias, agricultura, pecuária, produção florestal, pesca,
Aquicultura;
Empresas de energia elétrica, saneamento e telecomunicações;
Construção civil e comércio varejista de madeiras, tintas, solventes e materiais para pintura, materiais para construção, elétricos, hidráulicos e ferragens;
Farmácias e drogarias (inclusive de manipulação);
Distribuidoras e revendedores de água mineral e gás;
Hotelaria e congêneres;
Envasadoras de gás e postos de combustíveis;
Empresas de segurança privada;
Cemitérios e serviços funerários;
Atividades de assistência social e estabelecimentos de ensino privado (somente para atividades administrativas);
Laboratórios de análises clínicas e clínicas de vacinação;
Empresas de sanitização, desinsetização e controle de pragas urbanas;
Comércio de artigos médicos e ortopédicos;
Lavanderias;
Hospitais, clínicas e consultórios médicos, de psiquiatria, psicologia, odontológicos e dos demais profissionais liberais da área de saúde;
Academias, quadras poliesportivas, ginásios, treinos e eventos esportivos;
Clínicas e hospitais veterinários;
Prestação de serviços de assistência técnica à rede de saúde pública e privada e a prestação de serviços vinculados a reparos emergenciais, como chaveiro, encanador e eletricista;
Jornais e emissoras de TV;
Correios, agências lotéricas, bancárias, instituições financeiras e cartórios extrajudiciais;
Atividades religiosas;
Feiras livres e especiais e mercados municipais;
Atividades de transporte;
Borracharias, oficinas e restaurantes e lanchonetes em postos de combustíveis, desde que situados às margens de rodovias;
Fontes: G1 GO / www.poptvnews.com.br