Goiânia (GO) - Um vídeo gravado na porta do cemitério Jardim da Saudade, em Goiânia, nesta semana, mostra ao menos seis carros funerários em fila de espera para entregar corpos de vítimas da Covid-19 para sepultamento direto, sem direito a velório, por causa das medidas de segurança. Um dos motivos da fila de espera, segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social de Goiânia (SEDHS), é o agravamento de mortes provocado pela pandemia do coronavírus, principalmente em fevereiro e março deste ano, quando os números subiram consideravelmente em relação aos meses anteriores. Entre 1º e 13 de março, foram 672 sepultamentos por Covid-19, sendo 43 suspeitos. O total de enterros neste período foi de 1.293, contando todas as causas mortis, ou seja, mais da metade foi por coronavírus. A pasta explica que os sepultamentos ocorridos são de pessoas que morreram em Goiânia e no interior. A capital registrou 335 óbitos por coronavírus entre 1º e 13 de março. Em fevereiro, foram 536 sepultamentos pela doença e 53 suspeitos. O total de enterros por todas as causas foi de 1.851. Naquele período, um terço dos enterros foram por Covid-19. Nos meses anteriores, os enterros por coronavírus se deram em números menores, conforme ordem abaixo:
Janeiro de 2021 - 149
Dezembro de 2020 - 145
Novembro de 2020 - 165
No cemitério Jardim da Saudade, onde o vídeo foi gravado, a SEDHS disse em nota que ele já está com sua capacidade máxima de sepultamentos. "Tanto os cemitérios particulares quanto os municipais estão trabalhando a todo vapor, fazendo sepultamentos durante todo o expediente e com intervalos de meia em meia hora entre eles. Nos Cemitérios particulares há atendimento até às 19 horas para sepultamentos noturnos", diz a nota sobre a situação dos cemitérios. A SEDHS explicou que "se os hospitais estão lotados e as pessoas nas ruas, isso reflete nos casos de óbitos".