O Papa Francisco, mesmo sendo o líder religioso representante da Igreja Católica, sempre demonstrou certa abertura para a comunidade LGBTQIAPN+. Entretanto, segundo a mídia italiana, o argentino teria dito em reunião interna da Igreja na última segunda-feira (20) que "já existe bichice demais" em seminários. Ele pede para que os bispos italianos não aceitem padres abertamente gays. A informação ganhou as manchetes nesta segunda-feira (27/5). De acordo com informações dos jornais "La Repubblica" e "Corriere della Sera", a reunião de porta fechada de Francisco com os bispos italianos, ele teria usado a palavra "frociaggine", um termo pejorativo em relação à comunidade LGBTQIAPN+, que pode ser traduzido como "viadagem" ou "bichice". A fala do líder católico teria surpreendido os mais de 200 presentes, segundo as informações da agência de notícias italiana Ansa. De acordo com o "Corriere della Sera", bispos anônimos teriam sugerido que Francisco, com o qual a língua italiana não é a principal, não teria percebido que o termo italiano usado era ofensivo. O Vaticano, até o momento, não se manifestou sobre o assunto.
Apoio à comunidade
A suposta fala do Papa pegou as pessoas de surpresa. Ainda que seja líder de uma instituição religiosa que prega contra a comunidade LGBTQIAPN+, Francisco tem sido colocado como uma pessoa que está levando a Igreja Católica Romana em direção a uma abordagem mais acolhedora com a comunidade. Em 2023, por exemplo, o Papa autorizou que fosse dada a bênção a casais homoafetivos, afirmando: “A homossexualidade não é crime". Dez anos antes, logo no início do seu papado, ele já teria afirmado: “Se uma pessoa é gay e busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgar?".
Polêmicas
Durante uma reunião com bispos italianos em 2018, ele expressou uma mensagem parecida sobre seminaristas gays, mas sem usar palavrões desta vez. Ele instruiu os bispos a avaliarem minuciosamente os candidatos ao sacerdócio e a recusarem aqueles que fossem suspeitos de serem homossexuais. Neste ano, em março, o Papa descreveu os estudos de gênero como uma "ideologia horrível" que ameaça a humanidade. Em abril, o Vaticano declarou que a mudança de gênero e o aborto representam "ameaças graves à humanidade". Já em 2021, o Papa manifestou sua oposição a um projeto de lei italiano destinado a combater a homofobia.
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