Quinta-feira, 26 de
Dezembro de 2024
Mundo

Opressão

Repórter da CNN parece de hijab e cercada de homens armados

Clarissa, que antes usava véu para andar pelas ruas da cidade, mas sem cobrir totalmente o cabelo e sem a abbaya, manto que cobre o corpo, aparece agora quase totalmente coberta

Foto: Reprodução/Twitter
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Repórter antes e depois da tomada do Afeganistão pelo Talibã

16 agosto, 2021

Cabul ( Afeganistão) - A repórter inglesa Clarissa Ward, correspondente da emissora CNN no Afeganistão, usou um hijab nesta segunda-feira (16/8) em reportagem transmitida de Cabul, capital do país. Clarissa, que antes usava véu para andar pelas ruas da cidade, mas sem cobrir totalmente o cabelo e sem a abbaya, manto que cobre o corpo, aparece agora quase totalmente coberta um dia após a tomada do poder no país pelo Talibã. Em locais fechados, ela costumava não usar nenhum véu. O hijab é uma vestimenta islâmica que cobre as orelhas, pescoço e o cabelo da mulher. Durante sua transmissão, ela conta como as mudanças estão ocorrendo de forma acelerada. “Esta é uma visão que honestamente pensei que nunca veria”, afirmou. Uma das principais mudanças é a falta de mulheres nas ruas, de acordo com a jornalista. "Eu vi algumas mulheres, mas devo dizer, vi muito menos mulheres do que normalmente veria andando pelas ruas de Cabul. E as mulheres que você vê andando pelas ruas tendem a se vestir de forma mais conservadora do que quando caminhavam pelas ruas de Cabul ontem. Eu vi mais burcas hoje do que antes. Obviamente, estou vestido de uma maneira muito diferente de como normalmente me vestiria para andar pelas ruas de Cabul", relata. Em suas redes sociais, Clarissa compartilhou uma imagem ao lado de homens armados que são membros do Talibã. Na legenda, ela escreveu: "Nas ruas de Cabul hoje - sinto que estamos testemunhando a história". A repórter afirma que está “observando a situação de perto”, mas muitos jornalistas já deixaram o país por conta do histórico de repressão à imprensa do Talibã, incluindo o assassinato de profissionais. O radialista sueco Nils Horner, a repórter canadense Michelle Lang e dois fotógrafos vencedores do prêmio Pulitzer, a alemã Anja Niedringhaus e o indiano Danish Siddiqui estão entre as vítimas.