A estudante de 13 anos que acusou de islamofobia o professor decapitado Samuel Paty admitiu que mentiu, disse seu advogado à AFP nesta segunda-feira (8/3), confirmando uma informação do jornal Le Parisien. "Não estava presente no dia das caricaturas", admitiu a jovem que foi indiciada por "denúncia difamatória" durante uma audiência em 25 de novembro de 2020 diante de um juiz anti-terrorista. Dez dias antes de sua decapitação em outubro por um refugiado checheno de 18 anos, este professor de história e geografia deu uma aula sobre liberdade de expressão na qual mostrou caricaturas do semanário satírico Charlie Hebdo. A menina, que era uma de suas alunas na escola de Bois-d'Aulne, em um subúrbio no noroeste de Paris, havia contado que o docente, de 47 anos, convidou os estudantes muçulmanos a sair da aula antes de mostrar as caricaturas. Com base no relato de sua filha, o pai da menina apresentou uma denúncia contra o professor e lançou uma virulenta campanha nas redes sociais contra ele com a ajuda de um ativista islâmico, Abdelhakim Sefrioui. Os dois homens, acusados de "cumplicidade no assassinato", estão em prisão preventiva. "Ela mentiu porque se sentiu presa em uma sucessão de acontecimentos porque alguns de seus colegas pediram que fosse seu porta-voz", disse à AFP seu advogado, Mbeko Tabula. "Houve um verdadeiro desconforto e ela se sentiu obrigada a acrescentar para fazer valer a mensagem", acrescentou. Ao saber das acusações contra o professor, um refugiado checheno radicalizado de 18 anos o decapitou em 16 de outubro, antes de ser abatido pela polícia.
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