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Por que o Brasil sempre discursa primeiro na ONU?

Ao contrário do que se pensa, o Brasil não foi o primeiro a ingressar na entidade

Foto: Rick Bajornas/ UN
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A presidente Dilma Rousseff foi a primeira mulher na história a fazer o discurso inicial da Assembleia-Geral, em 2011

18 setembro, 2019

p/ Diogo Rodriguez

New York (USA) - Como é de costume desde 1947, Brasil é sempre o primeiro a discussar na abertura da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas. E porque temos esse privilégio? Dizem que foi porque o nosso país foi o primeiro a virar membro das Nações Unidas, mas isso não é verdade. A ONU foi fundada por 50 países, em 1945 - após o  fim das Liga das Nações -  quando foi divulgada sua Carta, uma espécie de constituição. O Brasil estava -  claro  -   entre os fundadores. Essa tradição tem outra origem. Começou na segunda Assembleia-Geral da história. Quem discursou foi o então ministro das Relações Exteriores Oswaldo Aranha. Não se sabe ao certo o porquê do nosso país ser o escolhido para sempre inaugurar o evento mais importante da ONU. Uns dizem que foi para evitar as tensões entre Estados Unidos e União Soviética, que começavam a se estranhar na famosa Guerra Fria. O Brasil era um país considerado neutro. Outra teoria alega que essa foi uma compensação para o fato de nosso país ter ficado de fora do Conselho de Segurança, um posto que o Itamaraty (o ministério das Relações Exteriores) ainda quer. Fato é que esse privilégio não é uma regra escrita. Nenhum texto ou norma da ONU determina os brasileiros sempre façam o discurso inaugural da assembleia. Mas esse costume se manteve ao longo dos anos e rendeu à presidenta Dilma Rousseff (PT), o marco de ser a primeira mulher na história a fazer o discurso inicial da Assembleia-Geral, em 2011. E, claro, a oportunidade de denunciar os desmandos da inteligência americana em alto e bom tom em 2013, para o mundo ouvir.