Vaticano - O Papa Francisco pediu aos jornalistas no sábado (23/1) que saiam às ruas, conversem com as pessoas e se dirijam ao local onde se produzem as notícias, em vez de ficarem nas redações, atrás de uma tela. “A crise do setor editorial pode levar a informações construídas nas redações, na frente do computador, nos terminais das agências, nas redes sociais, sem nunca sair para a rua, sem gastar as solas dos sapatos, sem encontrar as pessoas para encontrar histórias”, afirmou o papa em uma mensagem divulgada pelo Vaticano por ocasião do Jornada Mundial das Comunicações Sociais, que será realizado em 16 de maio. Referindo-se aos Evangelhos, onde Jesus diz aos seus primeiros discípulos “Venham e verão”, o papa considerou que “o jornalismo, como um relato da realidade, requer a capacidade de ir aonde ninguém vai”. É “uma curiosidade, uma abertura, uma paixão. Graças à coragem e ao empenho de tantos profissionais (…) hoje conhecemos, por exemplo (…) inúmeros abusos e injustiças contra os pobres e (… .) muitas guerras esquecidas foram contadas”, acrescentou Francisco. Segundo o papa, “inúmeras realidades do planeta, ainda mais neste tempo de pandemia, convidam o mundo da comunicação a ‘ir e ver'”. Francisco, que também já convidou o clero em muitas ocasiões a sair de sua bolha e ir para as ruas, teve que renunciar a todas suas viagens desde o início da pandemia e, no momento, tem agendado uma viagem ao Iraque em março. Em sua mensagem, Francisco também alertou para os perigos da desinformação. “Também se tornou evidente para todos riscos de uma comunicação social não controlada. Nós descobrimos, há muito tempo, como notícias e imagens são fáceis de manipular”, convidando os jornalistas e o público a uma “maior capacidade de comunicação, discernimento e um senso de responsabilidade mais maduro”.
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