Quarta-feira, 25 de
Dezembro de 2024
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Tensão

Lula pede que embaixador brasileiro em Israel retorne ao país

Frederico Meyer deve voltar ao Brasil após o aumento da tensão entre os dois países, em razão das declarações do presidente sobre as ações em Gaza

PR/Ricardo Stuckert
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As declarações de Lula (foto) abriram uma crise diplomática com o governo israelense

19 fevereiro, 2024

O embaixador do Brasil em Tel Aviv (Israel)  Frederico Meyer, foi chamado de volta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Brasil para consultas. A informação é da coluna da jornalista Mônica Bergamo. Na ausência de Meyer, a embaixada brasileira será liderada temporariamente por um encarregado de negócios.

Entenda o caso
A medida é tomada quando um país quer explicitar contrariedade com os atos de outra nação. Não é, ainda, um rompimento de relações diplomáticas. Neste caso, essa é uma resposta ao fato de Israel ter  convocado o diplomata para uma reprimenda ao Brasil depois que o petista comparou o que ocorre na Faixa de Gaza ao Holocausto. As declarações de Lula abriram uma crise diplomática com o governo israelense.  Nesta segunda (19/2), o Ministério das Relações Exteriores do governo de Binyamin Netanyahu declarou o líder brasileiro "persona non grata". Mais além, a pasta fez uma reprimenda ao embaixador brasileiro Frederico Meyer no Memorial do Holocausto, o Yad Vashem. O gesto foi classificado por um diplomata brasileiro como "show". Normalmente, advertências a embaixadores são feitas nas sedes das chancelarias. Agora, Lula convoca o diplomata Meyer para voltar ao Brasil. Mais cedo, uma mensagem da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, defendendo o presidente deixou claro que Lula não pretende recuar de suas falas, nem pedir desculpas a Israel, como o governo de Binyamin Netanyahu exige.

Memorial do Holocausto
A decisão de promover o encontro com Meyer no Memorial do Holocausto pode ser vista como uma mensagem. Criado em 1953, o espaço em Jerusalém reúne vários museus, centros de pesquisa e educação sobre o Holocausto nazista, que matou 6 milhões de judeus. No local estiveram o  chanceler Israel Katz e o embaixador Frederico Meyer. O ministro israelense deu declarações à imprensa e também mostrou ao diplomata brasileiro a lista com nomes de seus próprios familiares vítimas do regime nazista.

Declaração do presidente Lula
Lula afirmou no domingo (18/2) que as ações militares de Israel na Faixa de Gaza configuram um genocídio e ainda fez um paralelo com o extermínio de judeus promovido por Adolf Hitler. "Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus", disse o petista. O premiê Netanyahu já havia dito que Lula "cruzara uma linha vermelha" com suas declarações, e alguns deputados federais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usaram o tema politicamente e chegaram a aventar um pedido de impeachment do petista.