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Dezembro de 2024
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Filho de brasileiros é indiciado pelo FBI

Samuel foi indiciado pelo FBI por ter invadido Capitólio em apoio a Trump

Foto: Facebook / Reprodução
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a denúncia contra Samuel Pinho Camargo foi feita por um ex-colega de classe e amigo do suspeito nas redes sociais

19 janeiro, 2021

Washington, D.C.  (EUA) - Um homem filho de brasileiros foi indiciado pelo Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos (FBI, na sigla em inglês) por ter participado da invasão ao Capitólio, em Washington, no último dia 6. O ato de apoiadores de Donald Trump, que alegou  -  sem provas -  fraudes nas eleições presidenciais de 2020, chegou a suspender por algumas horas a sessão que confirmaria a vitória do democrata Joe Biden. De acordo com o agente especial do FBI Michael Attard, a denúncia contra Samuel Pinho Camargo foi feita por um ex-colega de classe e amigo do suspeito nas redes sociais. Ele avisou o FBI sobre as postagens feitas por Samuel no Instagram e no Facebook que mostravam o envolvimento dele no tumulto no Congresso norte-americano. Em um documento à Justiça, o agente especial anexou capturas de tela do conteúdo divulgado por Samuel, em que se pode ver uma peça de metal de uma estrutura desconhecida do Capitólio dos EUA ao mencionar “peguei algumas recordações, fiz eu mesmo”. Mais tarde ainda no dia 6, Samuel chegou a postar no Facebook que lamentava por er participado do tumulto no Congresso dos EUA. A publicação, contudo, já foi apagada de sua página. "Para todos meus amigos, família e povo dos Estados Unidos da América, eu peço desculpas por minhas ações hoje no Capitólio em D.C (Distrito de Colúmbia). Eu estava envolvido nos eventos que aconteceram mais cedo hoje. Eu vou me ausentar de todas as redes sociais pelo futuro próximo e vou cooperar com todas as investigações que possam surgir por meu envolvimento. Sinto muito por todas as pessoas que decepcionei já que isso não reflete quem sou ou o que apoio", escreveu. Um dia após a invasão, o FBI recebeu outra parte de um conteúdo postado por Samuel nos Stories. Tratava-se de um vídeo enviado por e-mail ao departamento de investigação, mostrando que ele estava nos atos de seguidores de Trump na capital norte-americana no momento da confusão. Nas imagens, Samuel aparece "no nível mais baixo dos degraus do lado Oeste do Capitólio dos Estados Unidos, em meio a uma grande multidão", descreveu Attard, citando pessoas segurando faixas. Mais para o final da gravação, ele surge diante de uma das portas do Congresso enfrentando a polícia enquanto forçava sua entrada no edifício. O agente especial do FBI explica que após analisar os indícios, pode concluir que Samuel "lutou ativamente para entrar no Congresso". "Também no vídeo, você vê o que parece ser a mão esquerda de Camargo na porta enquanto ele está filmando com a mão direita", acrescentou Attard, dizendo que as publicações referidas foram excluídas posteriormente pelo autor. "A partir desta revisão, parece que muitos dos outros vídeos e fotos do comício foram removidos". Durante a investigação, o agente especial telefonou para Samuel para questioná-lo sobre as acusações. "Na entrevista, Camargo admitiu ter assistido aos protestos em Washington, D.C. em 6 de janeiro de 2021, e desde então voltou para o condado de Broward, Flórida", narrou Attard. No entanto, depois da conversa, Samuel teria deixado de cooperar com o FBI. Segundo Attard, o suspeito chegou a questionar sua lealdade à constituição e avisou o agente especial que "não tinha nenhuma informação a fornecer". Algumas horas depois, Samuel postou no Facebook que havia falado com o FBI e imaginava ter sido liberado - o que não procede. No dia 8  Attard foi à Flórida investigar mais o filho de brasileiros, que tinha um relatório policial no estado datado de 3 de janeiro de 2020. Seu conteúdo, porém, não foi divulgado. Seis dias depois, o ex-colega de classe que fez a primeira denúncia contra Samuel conversou com o agente do FBI, reconhecendo que a pessoa que aparece nos registros oficiais como sendo o investigado é o mesmo indivíduo retratado nas postagens em rede social invadindo o Capitólio. Com base no confronto de Samuel com a polícia do Capitólio para abrir uma porta do edifício, o departamento de investigação concluiu que o suspeito violou o crime de "cometer ou tentar cometer qualquer ato para obstruir, impedir ou interferir com qualquer bombeiro ou policial legalmente envolvido no desempenho legal de suas funções oficiais" provocando "incidentes" durante "uma desordem civil" que, de alguma forma, "obstrui, atrasa ou afeta adversamente comércio ou a movimentação de qualquer artigo ou mercadoria no comércio ou a conduta ou desempenho de qualquer função protegida pelo governo federal", o que inclui "a Sessão Conjunta do Congresso" para "contagem de votos do Colégio Eleitoral". O relatório de Michael Attard, designado para um esquadrão de contraterrorismo e encarregado de investigar atividades criminosas dentro e ao redor do Capitólio em Washington no dia 6, foi assinado pelo juiz Zia M. Faruqui na última sexta-feira (15/1), e está disponível para consulta através do site do programa sobre extremismo da Universidade George Washinton.