O ex-presidente dos Estados Unidos e atual candidato republicano à Casa Branca , Donald Trump , gerou polêmica nesta segunda-feira (7/10) ao afirmar que há "muitos genes ruins" entre os imigrantes que vivem nos EUA . A declaração foi feita enquanto Trump discutia casos de assassinatos supostamente cometidos por imigrantes em situação irregular no país. A pauta anti-imigração tem sido uma das principais bandeiras de sua campanha, e Trump tem frequentemente usado uma retórica agressiva ao abordar o tema, especialmente ao mencionar imigrantes envolvidos em crimes. Diversos estudos indicam que imigrantes não cometem crimes em taxas mais altas do que cidadãos americanos nativos. "Que tal permitir que as pessoas venham para uma fronteira aberta, sendo que 13.000 delas eram assassinos?"Muitos deles mataram muito mais de uma pessoa, e agora estão vivendo felizes nos Estados Unidos. Você sabe, agora um assassino, eu acredito nisso, está em seus genes. E temos muitos genes ruins em nosso país agora", disse Trump em uma entrevista com o comentarista conservador Hugh Hewitt. A fala de Trump parece se referir a uma carta do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE), divulgada no mês passado, que indicava que 13.099 pessoas condenadas por homicídio estavam sob a supervisão do órgão governamental. No entanto, um porta-voz do Departamento de Segurança Interna contestou a interpretação desses dados, afirmando que eles abrangem várias décadas e incluem indivíduos que entraram nos EUA tanto de forma legal quanto ilegal. "Esses dados estão sendo mal interpretados", disse o porta-voz em comunicado. Segundo ele, a lista inclui pessoas cuja situação de custódia foi determinada há mais de 40 anos, além de muitos que já estão presos sob a responsabilidade de autoridades locais ou federais. O governo Biden condenou os comentários de Trump. "Esse tipo de linguagem é odiosa, é nojenta, é inadequada e não tem lugar em nosso país", disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre. Em setembro, Trump já havia causado controvérsia ao repetir em rede nacional uma informação falsa durante um debate com a vice-presidente Kamala Harris. Ele afirmou que imigrantes haitianos estavam matando e comendo animais de estimação em Springfield, Ohio. Embora tenha sido desmentido rapidamente, a alegação viralizou nas redes sociais, gerando memes e alimentando a desinformação. Em resposta às críticas, a equipe de campanha de Trump defendeu as declarações do ex-presidente, alegando que ele se referia especificamente a assassinos. "O presidente Trump estava claramente se referindo a assassinos, não a migrantes. É realmente nojento que a mídia esteja sempre tão rápida em defender assassinos, estupradores e criminosos ilegais se isso significa escrever uma manchete negativa sobre o presidente Trump", afirmou Karoline Leavitt, secretária de imprensa da campanha, acusando a mídia de distorcer as palavras de Trump.
Polêmica sobre hatianos
Em setembro, um vídeo que circulava nas redes sociais também foi motivo de polêmica para Doanald Trump. Nas imagens, que seriam nos arredores de Springfield, Ohio, há relatos sobre haitianos cometendo atos de crueldade contra animais, mas o candidato republicano a vice-presidente, JD Vance, admitiu posteriormente que as alegações não tinham fundamento. Horas antes do debate, Trump utilizou as suas redes sociais para repercutir o tema, compartilhando imagens de si próprio cercado por gatos e gansos, além de outra imagem em que gatos armados e usando os bonés com o slogan de sua campanha, "Make America Great Again".