Segunda-feira, 25 de
Novembro de 2024
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Expulsão

Youtuber bolsonarista, é expulso da PM-RJ por deserção

Entre os apoiadores de Jair Bolsonaro, o youtuber era visto como um potencial candidato a vereador no Rio de Janeiro

Foto: Divulgação
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Gabriel Monteiro, youtuber bolsonarista

05 agosto, 2020

Rio de Janeiro (RJ) - O youtuber Gabriel Monteiro foi expulso da Polícia Militar do Rio por deserção. A decisão foi publicada no Boletim da PM da terça-feira (4/8). Segundo informações obtidas pelo Globo, Gabriel era lotado no 34º BPM (Bangu) e faltou o serviço para o qual foi escalado no dia 22 de julho deste ano. O youtuber permaneceu até o dia 31 sem dar qualquer satisfação sobre seu paradeiro à corporação e completou mais de oito dias de ausência, o que configura o crime de deserção previsto no artigo 187 do Código Penal Militar. Ainda segundo informações do processo de deserção de Monteiro, houve tentativas de encontrá-lo no endereço fornecido por ele à corporação, mas o atual morador do imóvel informou que o PM não residia naquele local. Gabriel já respondia a um processo administrativo disciplinar desde março deste ano, ocasião em que teve o porte de arma suspenso. O soldado, que tem mais de três milhões de seguidores nas redes sociais e é conhecido por defender o governo de Jair Bolsonaro (sem partido), cometeu uma "transgressão disciplinar de natureza grave", de acordo com a corregedoria da PM, ao tratar "de forma desrespeitosa" o ex-comandante geral da PM coronel Ibis Silva Pereira. O processo administrativo também poderia levar à expulsão de Gabriel. A decisão foi tomada após sindicância interna e publicada no Boletim Interno da corporação em março. Segundo relatório da comissão de revisão disciplinar, o soldado desrespeitou o coronel em pelo menos duas ocasiões. Em uma delas, o PM gravou um vídeo na presença do oficial e publicou na internet, sem autorização, afirmando que Ibis foi visto entrando em uma área dominada por uma facção criminosa e pergunta: "O senhor é do PSOL, não é? (...) Existe alguma ligação entre o PSOL e a criminalidade da Maré?”. O documento narra que no dia 23 de outubro do ano passado o soldado se passou por estudante universitário para marcar uma conversa com o coronel Ibis no gabinete da deputada Renata Souza (PSOL/RJ), na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), onde o oficial trabalhava como assessor parlamentar. Na hora marcada, o soldado ligou para o gabinete e disse que não conseguia entrar no edifício da Alerj pois estava de bermuda, então pediu que o coronel descesse para conversar com ele do lado de fora. Ao encontrá-lo, o oficial reconheceu Gabriel Monteiro. Sem aviso prévio, o soldado começou a filmar uma entrevista com o coronel e posteriormente publicou o vídeo na internet sem permissão. Ao longo do vídeo, Gabriel Monteiro acusa o ex-comandante de ter relações com uma facção criminosa do Rio e pergunta se há ligação entre o PSOL e criminosos. "Ninguém entende como o senhor entra no coração do Comando Vermelho e não é morto, sendo policial militar (...) A rua onde o senhor ia é uma boca de fumo, coronel (...) O senhor é do PSOL, não é? (...) Existe alguma ligação entre o PSOL e a criminalidade da Maré?”, interpela o soldado, sem deixar espaço para respostas. Após a gravação do vídeo, o ex-comandante entrou na Justiça com uma ação contra o soldado, que voltou a procurá-lo no dia 3 de dezembro, desta vez dentro da Alerj. O relatório conta que o coronel foi abordado na porta do gabinete por Gabriel Monteiro e outro homem, munido de uma filmadora portátil, e foi submetido a um novo vídeo. Na ocasião, o soldado questionou o oficial sobre o motivo de ter ajuizado a ação em seu desfavor. O novo vídeo também foi divulgado na internet, mesmo sem permissão do oficial.

Expulsão repercute nas redes sociais

Sem citar diretamente sua expulsão, o youtuber escreveu em seu twitter que “Deus” está com ele “contra os corruptos".

“Não se esqueçam. Deus está comigo contra os corruptos. Aguardem, e verão. Servir e proteger!".

O nome de Gabriel Monteiro ficou entre os mais comentados do país nas redes sociais. Seus críticos celebravam o fato de que um membro da PM expulso por deserção não pode se candidatar a um cargo público por 8 anos. Entre os apoiadores de Jair Bolsonaro, o youtuber era visto como um potencial candidato a vereador no Rio de Janeiro.

Fontes: O GLOBO / www.poptvnews.com.br