Segunda-feira, 25 de
Novembro de 2024
Geral

Pum!

Vídeo flagra onça pintada soltando pum enquanto brinca com cuidador

Animal vive no Instituto Vale Rico com um macho da mesma espécie

Foto: Leonardo Lorentz/Arquivo Pessoal
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Protetor animal Leonardo Lorentz com a onça Poranga —

18 fevereiro, 2024

O momento fofo de uma onça soltando um pum foi flagrado em vídeo e chamou a atenção nas redes sociais. Nas imagens gravadas em janeiro, o veterinário e protetor animal Leonardo Lorentz, brinca com o felino que acaba deixando escapar um 'punzinho'. O cuidador se surpreende e ri da situação. O flagrante aconteceu no Instituto Vale Rico, que fica em Abreulândia, no noroeste do estado, onde Leonardo Lorentz, o Léo, é diretor. A onça se chama Poranga, que significa bonita em tupi-guarani, e vive junto com uma onça macho, o Cantão. O local possui licença dos órgãos ambientais e é sede de um projeto para cuidar e preserva espécies silvestres em risco de extinção. A onças vivem juntas desde 2022, quando Poranga ainda tinha três meses de idade e foi encontrada na beira de uma estrada. Ela foi levada para reabilitação no Centro de Fauna do Tocantins (CEFAU) e entregue para a ONG. As onças são famosas nas redes sociais, pois Léo posta vários vídeos dos animais no perfil da instituição. O Instituto Vale Rico tem um projeto para tentar reproduzir onças em cativeiro, pois a espécie está na lista de animais ameaçados de extinção. Em entrevista ao g1, Léo deixou claro que, apesar de parecerem inofensivas nas imagens, as onças são grandes felinos e é preciso cuidado e respeito no manejo. "Eu sempre entro um dia após a alimentação, quando elas estão mais calmas, estão com a barriga cheia. Não dá para a gente também brincar com o comportamento" , explicou o protetor. Ele conta que os felinos não são alimentados todos os dias. "Geralmente a gente dá comida um dia e pula dois ou três, dependo da quantidade que foi colocada na última alimentação, imitando como seria a alimentação na natureza". E sim, segundo Léo, soltar um pum é algo normal para a espécie, pela quantidade de proteína ingerida. "Elas se alimentam estritamente de carne e não tem outro tipo de alimentação em cativeiro. Então, a proteína produz gases. Depois do jejum elas comem uma grande quantidade carne por dia, então é normal". Apesar de estarem se divertindo o tempo todo, Poranga e Cantão terão um grande trabalho em perpetuar a espécie. Elas ainda não têm idade para isso, mas estão chegando perto. "Eles são um casal que se dá muito bem, mas ainda não estão em idade reprodutiva, no fim do ano já estarão entrando nessa fase". Mas, infelizmente, os filhotes desse trabalho ainda não vão poder aproveitar a vida selvagem, pois ainda terão ser criados em cativeiro. "Hoje no Brasil não temos nenhum programa reabilitação de onças para viver na natureza, porque é um trabalho complexo, precisa de grandes territórios sem nenhuma população humana. Então o trabalho hoje dos conservacionistas é aumentar o banco genético dessa espécie em cativeiro. Então muito provavelmente as primeiras gerações de cativeiro ainda viverão em instituições". As várias postagens de Léo nas redes sociais mostram que ele tem uma grande ligação não só com as onças, mas com todos os animais da instituição. "Sou apaixonado pelo o que faço, desde um periquito até as onças. Eu sei que um trabalho, sei que alguns animais vão voltar para a natureza, mas acho bonito, me emociono com eles", disse o veterinário. E parece que o amor é recíproco. "A Poranga é completamente apaixonada em mim, ela vem, pede carinho. Também é mansa com os outros funcionários do instituto, mas comigo é diferente. Eu e ela temos uma ligação emocional mesmo. Cantão é macho então é mais territorialista, mas ele é mais calmo comigo, existe um cuidado." Apesar do amor, é preciso ter cuidado, afinal são animais silvestres. Léo contou que sempre agem com cautela quando está em contato com os animais, principalmente com o Cantão. "Fico sempre de olho no comportamento dele, observo antes de entrar, não fico de costas para ele e mesmo assim nunca estou sozinho no manejo, sempre tem uma pessoa a mais me observando e observando os animais. Também não entro no dia da alimentação, no mínimo um dia depois, evito estar com cheiro de outros animais, cachorro ou vaca por exemplo. Sempre respeitando o espaço deles, a gente nunca sabe direito como está o dia do animal." Leo deixa claro que não vê os animais como dele e diz que não são bichos de estimação. "Nós realizamos um trabalho de conservação animal em cativeiro, aqui também são realizadas pesquisas, a gente posta nas redes sociais, mas existe um trabalho sério sendo realizado no instituto."