Niterói (RJ) - A vereadora de Niterói Benny Briolly (PSOL-RJ), primeira parlamentar trans do município, deixou o país após sofrer uma série de ameaças. O comunicado foi divulgado pela equipe da vereadora. “A vereadora Benny Briolly precisou sair temporariamente do país por conta de ameaças a sua integridade física. Não é de hoje que parlamentares negras, travestis, mulheres, LGBTQIA + e defensoras dos direitos humanos sofrem com a violência política dentro e fora dos espaços legislativos e de tomadas de decisões”, explica a equipe. A nota afirma que, desde que Benny foi eleita, já sofreu uma série de violências, mesmo antes de tomar posse. “Em dezembro de 2020, antes de ser empossada, Benny esteve no parlamento para acompanhar uma sessão. Na ocasião, um grupo de bolsonaristas liderados pelo também eleito Douglas Gomes se reuniam na frente da Câmara”, relata. Na ocasião, a vereadora teve de ser escoltada pela Guarda Municipal para sair da Câmara em segurança. Os ataques também acontecem nas redes sociais, como relata o comunicado. “Benny recebeu comentários em suas redes sociais desejando que ‘a metralhadora do Ronnie Lessa’ a atingisse”, uma referência ao assassinado de Marielle Franco, que era vereadora pelo mesmo partido, o Psol. A decisão foi tomada pelo partido, que estava preocupado com a vida da vereadora. Benny Briolly continuará acompanhando as sessões da Câmara, que acontecem de forma virtual por causa da pandemia. Os assessores da vereadora também seguem trabalhando, no entanto, o mandato alega que é “inegável que o afastamento cercea seus direitos políticos e prejudica profundamente o exercício do cargo para qual Benny foi eleita: vereadora de Niterói”. A equipe de Benny afirma que já informou instâncias superiores sobre os riscos que a vereadora corre, mas que não foram tomadas medidas para proteger a vida da polícia. Por isso, a decisão do Psol foi de tirar Benny Briolly do país.
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