Após a divulgação e compartilhamento de um vídeo que mostra cena de sexo gravada durante show da dupla Henrique e Juliano, em Goiânia, a mulher que aparece na gravação registrou o caso na Polícia Civil. A cabeleireira Géssica Gomes, de 31 anos, denunciou que não se lembra do que aconteceu e, segundo a defesa dela, a cena seria de um estupro. A mulher contou que teve a vida completamente alterada pelo episódio, disse que teve o telefone, local de trabalho e fotos dela todos compartilhados junto com a gravação.
Confira o que se sabe sobre o caso:
A situação aconteceu durante show da dupla Henrique e Juliano, realizado no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, na noite do dia 5 de junho – um domingo.
Como o caso veio à tona?
As imagens começaram a ser compartilhadas por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens gerando comentários diversos sobre a situação e críticas. Entre as reações estava a de revolta de uma internauta, que diz que não faz a "mínima ideia do que é ser exposta desse jeito" e muito menos o que a mulher deve estar passando no momento. "Ninguém pensa na vida da mulher antes de publicar um inferno de um vídeo desse", escreveu a internauta.
Quem aparece na imagem?
A cabeleireira Géssica Gomes recebeu o vídeo na segunda à noite, um dia após o show, e se reconheceu na imagem. A mulher contou que começou a receber muitas mensagens por meio de aplicativos e redes sociais de pessoas comentando o vídeo, xingando-a e até tentando alertá-la sobre a gravação que estava circulando na web.
O que a mulher que aparece no vídeo diz?
Após a exposição, Géssica denunciou a situação à Polícia Civil e procurou a imprensa para falar sobre o caso. Ela contou que se lembra de ir ao show, mas não tem memória de nada do que viu no vídeo. A cabeleireira disse que ficou extremamente abalada com a situação em que foi colocada. Segundo ela, o vídeo foi divulgado junto com fotos, os perfis dela nas redes sociais, endereço e telefone. "Eu lembro de estar bebendo cerveja, depois de uma luz no meu rosto e de falar 'apaga a luz', mas não tinha noção do que estava acontecendo, muito menos de que tinha alguém filmando. […] Minha vida não é mais a mesma depois dessa exposição toda. Eu quero expor a minha versão", desabafou.
Também de acordo com ela, a versão que estava sendo divulgada junto às imagens era de que ela e o marido teriam negociado para que ela fizesse sexo em troca de uísque, o que ela nega. "Eu jamais faria uma coisa dessas, nem uísque eu bebo. Meu marido também nunca deixaria isso acontecer", contou. Géssica relatou ainda que o esposo também não tem memória de nada do que aconteceu, apesar de estar ao lado dela.
O caso é investigado?
No dia 21 de junho, questionada pelo g1, a Polícia Civil divulgou uma nota informando que: “a vítima foi regularmente atendida e registrou ocorrência dias depois do fato” - no dia 13 de junho, em Aparecida de Goiânia. "Depois, a vítima compareceu na Deam de Goiânia, acompanhada de advogado, onde foi instaurado inquérito para apurar o crime de divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia. O procedimento está em curso", conclui o comunicado. Géssica e o marido foram à Deam da capital no dia 22 de junho e prestaram depoimento durante três horas sobre o caso. Procurada novamente pela reportagem na data deste depoimento, a corporação informou que “os fatos estão sendo investigados" e que, "como se trata de crime contra a dignidade sexual, o inquérito corre em sigilo", por isso nenhuma outra informação poderia ser divulgada.
Vídeo foi despublicado?
Na sexta-feira (24/6), a juíza Viviane Atallah, de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, determinou que sites retirem do ar o vídeo, segundo o advogado que representa a cabeleireira, Gustavo Neves. A magistrada entendeu que "a disponibilidade desses vídeos indubitavelmente traz dano à honra subjetiva e objetiva, imagem e dignidade" de Géssica. Por isso determinou que os sites réus "excluam todas as publicações" até 24 horas após serem intimados da decisão. A juíza estipulou uma multa diária de R$ 100 a serem pagos à vítima, caso a ordem não seja cumprida.