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Novembro de 2024
Geral

Psicopata?

Veja o que advogada fez antes e depois da morte de ex-sogro e mãe dele

g1 listou o trajeto da suspeita desde a chegada a Goiânia até a volta a Itumbiara

Foto: Reprodução
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Amanda Partata, presa suspeita de matar ex-sogro e mãe dele em Goiânia - Goiás

23 dezembro, 2023

O g1 teve acesso aos vídeos que mostram o trajeto da advogada Amanda Partata, de 31 anos, no dia em que o ex-sogro e a mãe dele morreram. As imagens mostram também quando ela compra roupas, dois dias antes do crime. Amanda foi presa suspeita de envenenar Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e Luzia Tereza Alves, de 86 anos.  A suspeita foi presa temporariamente na noite de quarta (20/12) e passou pela audiência na quinta (21/12). À polícia e durante a chegada na delegacia, Amanda negou a autoria do crime. Em nota, os advogados dela disseram que aguardam o desenrolar de investigações antes de comentarem sobre as acusações. Eles contestam a legalidade da prisão e destacam que Amanda se apresentou voluntariamente à delegacia, entregou documentos e informou à polícia sobre sua localização e estado de saúde. Segundo o delegado Carlos Alfama, Amanda, que mora em Itumbiara, chegou em Goiânia na quinta-feira (15/12) e fez uma consulta médica. De quinta a domingo, dia do envenenamento, a advogada estava hospedada em um hotel.

Antes do crime
14 de dezembro: Chega de Itumbiara e faz consulta médica
15 de dezembro: Amanda sai para comprar roupas
16 de dezembro: Fica o dia todo no hotel
Dia do crime (17 de dezembro)
Por volta de 8 horas: Amanda compra doces
Por volta de 8h10: Amanda compra quitandas e suco
Em seguida, Amanda volta para o hotel
Por volta de 9 horas: Amanda vai até a casa das vítimas com os lanches para o café da manhã
12 horas: Amanda sai da casa e pega carona por um aplicativo para voltar para Itumbiara. Durante o trajeto, Leonardo chegou a mandar um áudio para ela dizendo que estava passando mal e recomendou que ela fosse ao hospital.
Dia 18 de dezembro
00 hora: Amanda vai a um hospital em Itumbiara após saber que o ex-sogro estava morto.

Café da manhã

Uma foto obtida com exclusividade pelo g1 mostra a advogada na mesa de café da manhã no dia em que o ex-sogro e a mãe dele morreram em Goiânia. A foto mostra Amanda sorrindo ao lado da mesa com bolos de pote, sacolas e uma garrafa de suco.  O delegado Carlos Alfama acredita que a mulher colocou veneno no suco servido para as vítimas. Segundo Alfama, a advogada disse que comeu os bolos, mas ao ser questionada se tomou o suco, ela “travou”. "Foram comprados diversos alimentos. Até por uma questão técnica, é mais possível que o veneno tenha sido ministrado no suco, porque é mais fácil dissolver o veneno no meio líquido", afirmou o delegado. 

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A polícia afirma que Amanda ficou na casa entre 9h e 12 horas. Ela foi até a casa da família do ex-namorado levando um café da manhã, com pão de queijo, biscoitos, suco de uva e até bolos de pote de uma famosa doceria de Goiânia.  Estavam na casa: Leonardo Pereira Alves, pai do ex-namorado; Luzia Tereza Alves, avó do ex-namorado; e o marido de Luzia. Destes, apenas o último familiar não tomou o café da manhã.

Envenenamento
A Polícia Científica ainda tenta analisar qual a substância exata foi usada no envenenamento das vítimas. Mais de 300 pesticidas estão sendo analisados para tentar identificar qual pode ter sido aplicado (assista explicação do perito abaixo).

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"Mesmo que a perícia não encontre veneno nas substâncias apreendidas, a certeza é de uma morte por envenenamento. Não foi intoxicação alimentar, isso a perícia facilmente já detectou. Não foi infecção bacteriana. Qual a outra possibilidade? O perito apontou: a morte foi por envenenamento", explicou o delegado. Alfama completou dizendo ainda que a morte por intoxicação alimentar foi descartada, porque o tempo de incubação das bactérias no organismo humano faz com que, normalmente, a morte aconteça depois de um período mais prolongado. A polícia acredita que o crime aconteceu pelo fato de Amanda ter se sentindo rejeitada com o término do namoro com o filho de uma das vítimas. Mesmo separados, a advogada continuava frequentando a casa dos parentes do ex-namorado, pois afirmou que estava grávida. O delegado concluiu, no entanto, que essa gestação é falsa.

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No dia do crime, estavam na casa Leonardo Pereira Alves, pai do ex-namorado, Luzia Tereza Alves, avó do ex-namorado, e o marido de Luzia. Amanda chegou com alimentos para um café da manhã. Dos moradores, apenas o último familiar não tomou o café da manhã. “Eu acredito que a intenção dela era matar qualquer pessoa que consumisse os alimentos”, disse o delegado.
 

A advogada
Amanda é advogada em Itumbiara, no sul goiano. Nas redes sociais, ela também se apresentava como psicóloga, mas segundo o Conselho Regional de Psicologia de Goiás (CRP-GO), ela não tem registro profissional ativo no banco de dados. Ao comentar sobre a prisão, o delegado Carlos Alfama declarou que se trata de um “caso complexo e que envolve até um grau de psicopatia”. Para a polícia, Amanda é a responsável pelas mortes de Leonardo e Luzia. A motivação para o crime seria o sentimento de rejeição da advogada com o fim do namoro de 1 mês e meio com o filho de Leonardo. Com o intuito de continuar próxima do rapaz e da família dele, assim que o namoro acabou, Amanda anunciou que estava grávida. Com isso, acabou sendo acolhida por todos.

Relação com as vítimas
Polícia diz que Amanda Partata não está grávida e que fingia gestação. Para a polícia, Amanda é a responsável pelas mortes de Leonardo e Luzia. A motivação para o crime seria o sentimento de rejeição da advogada com o fim do namoro de 1 mês e meio com o filho de Leonardo. Com o intuito de continuar próxima do rapaz e da família dele, assim que o namoro acabou, Amanda anunciou que estava grávida. Com isso, acabou sendo acolhida por todos. Mas delegado afirmou, com base em um exame de sangue, que Amanda não está grávida. “Ela não está grávida agora e já não está grávida há algum tempo, apesar dela ainda dizer que está grávida. O exame Beta HCG, que a própria defesa dela nos trouxe, mostra que deu zerado, ou seja, ela não está grávida há algum tempo, mesmo fingindo ter enjoos da gravidez”, disse o delegado. Até a última atualização desta reportagem, a polícia ainda não sabia dizer se Amanda inventou a gravidez e forjou exames para corroborar essa versão ou se, de fato, ela perdeu o bebê. Durante coletiva de imprensa, o delegado também comentou sobre Amanda ser muito inteligente e dissimulada. Ele afirma que ela forjou uma personalidade dócil para ser acolhida pelas vítimas. “É uma pessoa que mostrou uma personalidade extremamente voltada ao crime, com condutas criminosas complexas [...] Ela foi recebida de braços abertos pelas vítimas, porque ela forjou uma personalidade dócil, amável, quando na verdade ela não tinha”, afirmou o delegado.

Entenda o caso
O caso começou a ser investigado na segunda-feira (18/12), após a morte de Leonardo. Em um boletim de ocorrência, a esposa dele afirma que a ex-nora comprou o doce e outros alimentos para um café da manhã com a família. Leonardo, Luzia e a própria mulher comeram durante a manhã de domingo (17/12). Cerca de três horas depois do consumo, Leonardo e Luzia começaram a sentir dores abdominais, além de também apresentarem vômitos e diarreia. Mãe e filho foram internados no Hospital Santa Bárbara, em Goiânia, mas os dois não resistiram e morreram ainda no domingo.

Nota da defesa de Amanda na íntegra

Os advogados que representam a Senhora Amanda Partata informam que aguardam os desdobramentos das investigações, cujo trâmite é sigiloso, para se manifestar quanto ao teor das imputações declinadas pela Autoridade Policial. Quanto a prisão da Senhora Amanda Partata consideramos que se efetivou de forma ilegal na medida em que realizada no período noturno em hospital onde se encontrava internada sob cuidados médicos. Destaque-se, ainda, que a Senhora Amanda Partata compareceu voluntariamente à Delegacia de Investigação de Homicídios, entregou objetos e documentos e, por intermédio de seus advogados, deu plena ciência à Autoridade Policial da sua localização e estado de saúde. As medidas judiciais para preservação e restabelecimento da legalidade serão adotadas oportunamente.