A tentativa de sacrificar uma égua com mormo virou caso de polícia após fiscais não encontrarem o animal em uma propriedade rural que deveria estar interditada em Araguaína, no norte do Tocantins. Segundo a Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), três exames comprovaram a doença antes de se decidir pelo sacrifício. A imprensa não conseguiu contato com o pecuarista Rômulo Carmo, dono do animal. O mormo é uma doença infectocontagiosa causada por bactéria. Não existe vacina e nem tratamento. Quando um caso é registrado as propriedades rurais são isoladas e várias medidas sanitárias precisam ser adotadas, entre elas o sacrifício do animal doente. O caso foi descoberto após o dono do animal fazer um exame em laboratório privado. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foi informado e outros dois exames foram realizados pelo laboratório oficial, também com resultado positivo. O produtor rural entrou na justiça para impedir o sacrifício e teve uma decisão favorável em primeira instância, mas a liminar foi cassada pelo Tribunal de Justiça. Uma campanha chegou a ser publicada nas redes sociais questionando a legislação e o método de exames. Na última terça-feira (12/4) os técnicos da Agência foram até a propriedade com a Polícia Militar, em horário marcado, para fazer o sacrifício da égua. Só que os servidores encontraram a propriedade vazia, sem a presença de pessoas ou do animal doente. "Diante dos fatos, foi lavrado Boletim Ocorrência e emitido dois autos de infrações ao proprietário, pelo trânsito ilegal, inclusive desacompanhado da Guia de Trânsito Animal (GTA), bem como por dificultar e embaraçar a fiscalização", informou a Adapec. A propriedade permanecerá interditada por tempo indeterminado e a Polícia Civil deverá investigar o destino do animal, bem como possível crime contra a saúde pública.
Mormo no Tocantins
Em 2022 o Tocantins registrou três casos de mormo. Em 2021 foram 22 casos da doença. Os principais sintomas nos equídeos são nódulos nas narinas, corrimento purulento, pneumonia, febre e emagrecimento. Existe ainda a forma latente (assintomática) na qual os animais não apresentam sintomas, embora estejam com a enfermidade. A principal forma de prevenção é a realização de exames regularmente, já que a validade é de 60 dias. A orientação é que, ao comprar um animal, o proprietário exija esses exames e evite que o equídeo tenha contato com outros sem comprovação negativa da doença. No caso de suspeita da enfermidade, o produtor rural deve isolar o animal e comunicar imediatamente as unidades da Adapec presentes em todo o estado ou ligar gratuitamente no 0800 063 11 22, de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 14 horas.