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Novembro de 2024
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Traficantes obtêm licença do governo para garimpar ouro na Amazônia

Apontados pela PF como chefes de organizações criminosas exploram área equivalente a 800 campos de futebol; agência de mineração não checa 'vida pregressa'

Foto: Divulgação
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Heverton Soares "O Grota":detentor de 18 permissões de lavras garimpeiras (PLGs), que abrangem um terreno de 762 hectares

26 novembro, 2021

Dois traficantes apontados pela PF como chefes de organizações criminosas ganharam o direito de explorar uma área de mais de 810 hectares de garimpos de ouro na Amazônia (foto), o equivalente a cerca de 800 campos de futebol, informa O Globo. Alvo da Operação Narcos Gold, deflagrada no início deste mês, Heverton Soares, o Compadre Grota, aparece nos registros do governo federal como detentor de 18 permissões de lavras garimpeiras (PLGs), que abrangem um terreno de 762 hectares. Nos registros policiais, Grota é acusado de ser um dos principais representantes do que a PF chama de “narcogarimpo”. Responde a processos na Justiça do Maranhão, Rondônia e São Paulo por tráfico de drogas, organização criminosa, lavagem de dinheiro e homicídio e é suspeito de ter ligações com duas facções criminosas do Sudeste. Alvo da Operação Enterprise no fim de 2020, Silvio Berri Júnior consta como detentor de uma PLG de 48 hectares. Berri ficou conhecido nos anos 2000 por ser o principal piloto de avião do megatraficante Fernandinho Beira-Mar. Segundo o Globo, ele voltou ao radar da PF no ano passado por operar um esquema de tráfico chefiado por um ex-major da PM-SP. Todas as 19 “permissões” foram outorgadas aos dois traficantes pela Agência Nacional de Mineração em Itaituba, na região do Médio Tapajós (Pará), entre os anos de 2020 e 2021. O município é conhecido como “Cidade Pepita”, diz o jornal carioca, pela grande quantidade de jazidas de ouro a poucos metros da superfície do solo. Vinculada ao Ministério de Minas e Energia, a agência alegou em nota que não é de sua competência “pesquisar a vida pregressa, judicial ou afins” de pessoas que requerem o direito de explorar o subsolo amazônico. Segundo a ANM, isso é prerrogativa de “orgãos específicos judiciais e de polícia”.

Fontes: O Globo