Em áudio obtido pelo Jornal da Record, o padre Robson admite que participa de um esquema para burlar contratos e que sabia do risco de ser preso pela polícia. O ex-reitor do Santuário Basílica de Trindade, em Goiás, é investigado por supostos desvios de dinheiro de doações de fiéis. Na semana passada, a PF pediu um novo pedido de prisão preventiva para Robson. O STJ ainda analisa o caso. A gravação foi feita durante uma reunião entre o padre e advogados. O MP está analisando o material. Robson e sua equipe discutem estratégias para tentar camuflar a ilegalidade a contratos de compras feitas em nome de terceiros pela Associação Filhos do Pai Eterno. O religioso presidia a entidade até agosto de 2020, quando foi afastado durante a Operação Vendilhões, do MPGO. No encontro, o padre e sua equipe reconhecem que, futuramente, os contratos poderiam ser alvo de investigação.
Em dado momento, ele afirma:
“Ô, gente. O meu medo nessas coisas aí chama-se… apuração dos fatos. Quando for apurar fatos, olhando nossa contabilidade, olhando nossa contabilidade do Júnior, do Gleison, vão ver que eles deram outra destinação aos valores, que não bate com datas e nem com nenhum tipo de… não tem jeito, gente.”
A conversa continua e Robson reconhece:
“Deixa um delegado meio doido começar a fazer pergunta pesada. Aí, gente, eu vou falar para vocês uma coisa. Isso aí é crime organizado.” “É crime organizado, e o senhor é o chefe”, alerta um funcionário. “E eu sou o chefe da quadrilha”, completa o padre. Por favor, releia clicando aqui o que escrevemos em fevereiro sobre o silêncio da Igreja nesse caso.