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Saiba quem é o delegado suspeito de estuprar miss trans em Goiânia

Kleyton Manoel nega o crime. Ele já passou por várias delegacias da capital e chegou a ser investigado por extorquir dinheiro de um hacker que chantageava o padre Robson de Oliveira

Foto: Reprodução/Redes Sociais e TV Anhanguera
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Delegado Kleyton Manoel Dias (segunda foto da esquerda para a direita) é suspeito de estuprar Jade Fernandes

12 janeiro, 2024

O delegado Kleyton Manoel Dias é suspeito de estuprar a modelo e miss trans Jade Fernandes, de 23 anos, após eles saírem de uma boate em Goiânia. Ele já passou por diversas delegacias da capital ao longo dos últimos dez anos, atuou em grandes casos, mas também já foi investigado por extorquir dinheiro de um hacker que chantageava o padre Robson de Oliveira. O delegado diz que repudia as acusações e que se coloca à disposição das autoridades na investigação do caso. Kleyton também afirma que "irá provar sua inocência" e que está "muito abalado com o ocorrido". Kleyton Manoel era o responsável pelo 8º Distrito Policial, no Setor Pedro Ludovico. Com as investigações pela suspeita de estupro, foi afastado do cargo. Atualmente, ele recebe mais de R$ 20 mil por mês. O delegado já trabalho nas delegacias de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores, Apuração de Ato Infracional e na Delegacia Estadual de Investigações Criminais, onde chefiou o Grupo Antissequestro. Ele também já respondeu pelo 9º Distrito Policial, no Setor Universitário. Entre os casos que Kleyton Manoel investigou está uma chacina no Morro do Mendanha, quando quatro garotas, entre 15 e 19 anos, foram assassinadas. Um menor foi apreendido. O delegado também investigou o desaparecimento de Marcelo Cabo, então técnico do Atlético-GO. Kleyton Manoel já foi investigado pela Corregedoria da Polícia Civil suspeito de extorquir dinheiro de um hacker em 2017 preso por chantagear o padre Robson de Oliveira. O hacker Welton Ferreira Nunes foi condenado por extorquir R$ 2 milhões do religioso para não divulgar informações sobre um suposto relacionamento amoroso dele. Em depoimento, Welton disse que foi contratado para pegar informações sobre o padre, mas decidiu ele mesmo extorquir a vítima. Ele acabou sendo preso suspeito do crime. No entanto, Welton afirma que somente após a prisão é que começou a produzir o material contra o padre e criar um e-mail que foi enviado com a chantagem. Tudo isso, segundo ele, na delegacia e com a permissão do delegado Kleyton Manoel. "Eu fiquei uma semana lá na Deic [Delegacia Estadual de Investigações Criminais] criando isso aí (...). Fiquei uma semana dentro da sala do delegado fazendo isso aí", disse Welton no depoimento. A Polícia Civil disse que a investigação na Corregedoria foi concluída e arquivada por determinação judicial. O resultado da investigação não pode ser divulgado, pois a apuração é sigilosa. No texto, ele cita ainda um suposto "caso" do religioso com uma mulher e cobra R$ 2 milhões para não divulgar o material.

Suspeita de estupro
Jade Fernandes afirma que foi estuprada pelo delegado no último dia 5. Ela, o delegado e uma outra mulher estavam em uma festa em uma boate de Goiânia. A modelo disse que Kleyton Manoel ofereceu carona às duas para irem a outro local. Dentro do carro, a outra passageira perguntou para Jade se ela era uma mulher ou um homem. Depois da resposta, o delegado decidiu cancelar a continuidade da noite e ofereceu-se para deixar as duas em casa. Essa outra passageira teria descido primeiro. Depois disso, em algum ponto do trajeto, o delegado teria começado a fazer uma investida sexual contra a modelo. “Ele colocou o órgão genital para fora e pediu pra gente fazer alguma coisa [de cunho sexual]. Eu insisti que não queria e a partir daí, ele começou a ficar um pouco mais agressivo", lembra a jovem. Em um determinado momento, o delegado teria levado a miss até o porta-malas do carro, quando a teria estuprado. A modelo conta que foi deixada dentro do porta-malas após o crime. Jade acredita que tenha sido dopada antes do abuso.

Câmeras de segurança
Um vídeo de câmera de segurança mostra Jade e o delegado juntos na festa. Os dois conversam e se beijam ao se dirigirem ao caixa. Outra câmera mostra a vítima descendo do carro completamente nua. Ela esconde as partes íntimas com os sapatos. Minutos depois, o delegado retorna ao local e deixa o vestido dela na porta do imóvel.

Laudo
Um exame pericial apontou que Jade sofreu violência sexual por uma “ação contundente”. “[Ação contundente] é quando causa algum tipo de lesão, seja ela leve o grave, como foi no caso da vítima, que ficou por vários dias sangrando”, disse a advogada da vítima, Késia Oliveira Souza.