Seis meses se passaram desde que a Prefeitura de Palmas (TO) assumiu a gestão do transporte coletivo da capital. Muitas promessas foram feitas e algumas mudanças implantadas, mas as reclamações continuam. A Prefeitura de Palmas afirmou, em nota que a extensa maioria dos problemas já era registrada antes que a gestão assumisse a operação do serviço. Afirmou ainda que segue trabalhando no sentido de melhorar o transporte coletivo de Palmas a cada dia com responsabilidade e cuidado com os usuários. Superlotação, atrasos e ônibus que quebram são as principais reclamações dos usuários. O Raimundo Moreira sai de Luzimangues todos os dias. Durante a viagem o ônibus quebrou e quando chegou à estação Apinajé, em Palmas, ficou mais de uma hora esperando pela linha TO para chegar ao trabalho. “Esperar a boa vontade deles aparecerem para ir ao trabalho. Já vou chegar bem atrasado”, lamentou o Raimundo Moreira, funcionário público. Essa mesma linha era aguardada pelo Uriel da Silva, que diz que sempre pega ônibus lotado. “Todos os dias. Estou de domingo a domingo trabalhando e todos os dias está lotado. Péssima qualidade”, lamentou o militar. Com guichês fechados, usuários não conseguem recarregar carteirinha e pagam mais por integração entre linhas de ônibus. A reclamação de ônibus quebrado se repete. “Vem tudo lotado, demora às vezes passar. Tenho que passar esse aqui porque diz que o TO está quebrado”, lamentou a doméstica Deusdina Nogueira. O retorno para casa é ainda mais difícil para muitos passageiros por causa do cansaço e da lotação. A reportagem da TV Anhanguera embarcou em um ônibus da linha Eixão e viajou da região norte até o sul de Palmas. O coletivo estava com todas as janelas fechadas e sem ar condicionado. “A rotina é sempre essa. Sempre com o ônibus lotado”, reclamou um homem. “Todo dia é esse sufoco. Coletivos lotados, muitas vezes não para”, disse outro morador. “Está faltando Ônibus. Tem que ter respeito pela gente. A gente tem uma linha de ônibus, só tem um ônibus. Quando chega aqui tem que esperar mais de uma hora para ir”, reclama a Maria Bonfim.
Entenda
O transporte público vem sendo alvo de reclamações constantes dos usuários, principalmente da região sul da capital, onde os moradores fizeram protestos e chegaram a fechar o trânsito na frente de estações. A gestão do serviço foi assumida pela prefeitura ainda no fim do ano passado, após o fim da concessão que durou mais de 30 anos. Desde então o município enfrentou problemas com o sistema de bilhetagem, para contratação de motoristas e superlotação, por exemplo.
O que diz a Prefeitura de Palmas
A Prefeitura de Palmas informa que, após o fim do contrato de concessão que perdurou por 30 anos, assumiu o controle integral do transporte coletivo na Capital. Nestes quatro meses, implantou medidas relevantes, como a gratuidade nas linhas aos finais de semana, linhas exclusivas para mulheres e o retorno de outras 10 rotas que estavam paralisadas. Neste período foi necessário um grande trabalho de transferência de dados da iniciativa privada para a gestão pública, trâmites que contaram com complicadores, inclusive, da antiga operadora em questões básicas como água, energia e internet na garagem. De fevereiro para cá, a gestão municipal realizou a transferência de servidores e a contratação e treinamento de novos técnicos e motoristas para ocuparem as vagas deixadas pelos antigos. Restabeleceu o sistema de integração e de recarga das carteirinhas para pagamento das tarifas. Tem trabalhado na modernização da operação, com o novo app para os usuários, e na renovação da frota. Entende que problemas existem, mas ressalta que a extensa maioria deles já era registrado antes que a gestão assumisse essa operação complexa e de grande importância. A Agência de Transporte Coletivo de Palmas segue trabalhando no sentido de melhorar o transporte coletivo de Palmas a cada dia com responsabilidade e cuidado com os usuários.