Quarta-feira, 27 de
Novembro de 2024
Geral

Denúncia

Professora denuncia aluno por injúria racial...

...após estudante escrever: 'preto não é gente'!

Foto: Reprodução/Redes sociais
post
Professora denuncia aluno por injúria racial após estudante escrever 'preto não é gente' em folha de papel, em Orizona — Goiás

29 maio, 2024

Uma professora denunciou um estudante de 14 anos à polícia após ele escrever "preto não é gente" em uma folha de papel, em uma escola de Orizona, na região sul de Goiás. Segundo o delegado responsável pelo caso, Kennet de Souza, o adolescente vai responder por ato infracional análogo ao delito de injúria racial. Como os nomes não foram divulgados, o g1 não conseguiu localizar a defesa do adolescente. De acordo com o delegado, as ofensas ocorreram em abril e maio deste ano. Além de "preto não é gente", o estudante teria escrito outras frases ofensivas.

Casos de racismo e injúria racial em Goiás
Os casos de racismo em Goiás mais do que triplicaram entre 2021 e 2022, de acordo com o Anuário de Segurança Pública divulgado em 2023. Em 2021, o estado registrou 51 casos. Já em 2022, esse número aumentou para 179. Os casos de injúria racial também tiveram um aumento de cerca 48%, com 576 casos em 2021 e 865 em 2022. Ao g1, o delegado Joaquim Adorno, titular do Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), explicou que o crime de racismo é entendido como uma ofensa discriminatória contra um grupo ou coletividade, enquanto a injúria racial é a ofensa à dignidade ou ao decoro com utilização palavras depreciativas referentes à raça, cor e origem "Por causa dessa diferença saiu separado no anuário. Mas é importante a gente entender que desde 2020, isso [injúria racial] também é considerado racismo”, destacou o delegado. A delegada adjunta do Geacri, Carolina Neves, complementou que o aumento nas denúncias de casos de racismo está relacionado à difusão de conhecimento sobre o assunto e empoderamento da comunidade. "Observamos que a população vem tomando consciência sobre as mazelas históricas e sociais geradas pelo racismo estrutural e, consequentemente, reivindicando direitos", disse a delegada. "É importante lembrar que a conscientização efetiva da sociedade depende que todos assumam práticas antirracistas", ressaltou a delegada Carolina Neves.