Padre Robson de Oliveira fez uma postagem nesta terça-feira (21/12) com uma bênção aos fiéis pela internet. Ele era investigado por desvio de dinheiro doado para a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). O caso, no entanto, está bloqueado pela Justiça. No Instagram, ele voltou a fazer postagens há um dia, após ficar mais de um ano ausente. Em seu canal de vídeos, começou a publicar mensagens religiosas duas vezes ao dia.
Entenda a Operação Vendilhões do MP
Na mensagem, o padre disse que lê um trecho da Bíblia que fala sobre humildade. “Nada façais por ambição ou vanglória, mas, com humildade, cada um considere os outros como superiores a si e não cuide somente do que é seu, mas também do que é dos outros. Haja entre vós o mesmo sentir e pensar que no Cristo Jesus”, escreveu o religioso.
Processos
Há dois processos contra Robson de Oliveira: um na esfera criminal, que segue bloqueado por decisão do Superior Tribunal de Justiça, e outro na cível, em que o Ministério Público foi autorizado pelo Tribunal de Justiça de Goiás a retomar a investigação contra o religioso por improbidade administrativa. Investigação começou após hacker ameaçar expor supostos casos amorosos
O Ministério Público de Goiás investigava, em 2018, supostos desvios milionários de dinheiro doado por fiéis à Afipe. Esse dinheiro, segundo promotores, deveria ter sido usado na construção da nova Basílica de Trindade e manutenção da entidade e ações para os fiéis. Mas o padre teria gasto mais de R$ 100 milhões na compra de casas, fazendas, e até um avião, quando era reitor da Afipe. O MP abriu então dois processos contra o padre: um criminal e um cível, por improbidade administrativa no uso do dinheiro. O processo criminal foi trancado no Tribunal de Justiça e, posteriormente, o inquérito civil público também. A partir daí, iniciou-se uma disputa judicial para dar andamento aos processos entre o MP e a defesa do advogado. Em outubro de 2020, o Tribunal de Justiça determinou que as investigações fossem interrompidas por entender que não estavam presentes os crimes apontados pelos promotores. Após recursos, o caso foi para o STJ, que mantém a investigação bloqueada.
Vendilhões
A Operação Vendilhões surgiu após uma investigação que apurou uma série de extorsões feitas por hackers contra o padre para que um suposto relacionamento amoroso dele não fosse divulgado. Ao todo, o padre pagou R$ 2,9 milhões com dinheiro da Associação dos Filhos do Divino Pai Eterno (Afipe) em troca do arquivamento das mídias. Em dezembro de 2020, padre Robson e outras 17 pessoas foram denunciadas por organização criminosa, apropriação indébita, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Porém, o processo foi bloqueado pela Justiça.