Há quase três meses, a professora Sheila Dantas Rodrigues Cruz, de 44 anos, comemora diariamente o "renascimento" após o marido doar um rim para que ela passasse por um transplante, em Goiânia (GO). Ela disse que foi uma surpresa quando descobriu que o balconista Clenilson Cruz, de 50 anos, era compatível para fazer a doação. "Muitas vezes, nem familiares de sangue são compatíveis. Então, eu acho que foi a mão de Deus. Hoje está com quase três meses que fizemos a cirurgia e eu nasci de novo. Deus me deu essa chance e me devolveu a vida", disse. Após conviver desde os 17 anos com a diabetes tipo 1, Sheila descobriu, em julho do ano passado, que estava com insuficiência renal crônica progressiva e que tinha apenas 20% dos rins funcionando. Depois disso, ela teve que passar por uma bateria de exames e também teve de enfrentar o medo de fazer hemodiálise. Ela contou que, assim que voltou à médica com o resultado dos exames, ela disse que foi informada que o ideal seria o transplante de rim. Nisso, ela falou que o marido questionou a especialista se ele poderia fazer o teste de compatibilidade. "Ela disse que eu tinha chances de fazer e que iria para a fila de transplante. Mas meu esposo perguntou se ele podia fazer os teste e ser doador e ela disse sim. Então, nós fizemos o teste e Deus abençoou que ele foi compatível. Até a médica ficou emocionada", disse. Em março deste ano, antes da cirurgia, Sheila teve de fazer a primeira seção de hemodiálise. "A médica queria tentar que eu operasse antes, mas eu acabei tendo que fazer a hemodiálise. Fiz por quatro meses e falo que isso não é fácil", contou. Após dias de luta, a cirurgia foi feita no dia 9 de julho deste ano, no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), na capital. Segundo Sheila, os resultados do procedimento surpreenderam até as expectativas da equipe médica. "A médica falou que eu iria ficar internada de 15 dias a um mês. Eu fiquei alguns dias na UTI, mas saí do hospital em uma semana. O meu esposo também se recuperou muito bem", disse. Após a cirurgia, ela disse que qualidade de vida dela melhorou muito. Agora, a professora contou que cuida melhor da saúde e que os índices de glicemia dela estão mais controlados. "Eu cheguei a esse ponto de ter doença renal crônica por causa da diabetes, que era mal controlada. Eu era resistente e não cuidava direito. Hoje eu me cuido. Em relação ao meu marido, a vida dele está normal, mas ele só precisa ter mais cuidado, pois agora tem só um rim", disse. Casados há 14 anos, o casal, que mora em Aparecida de Goiânia, na Região Metropoltiana da capital, tem dois filhos: Josué, de 12 anos, e Maria, de 3. Sheila acredita que o marido ter doado o rim para ela foi uma prova de amor. "Com certeza, foi uma prova de amor. Isso representa a mão de Deus me dando uma oportunidade de vida melhor e o amor e a coragem que ele [marido] tem por mim e pela nossa família", disse.
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