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Morre Paulinha Abelha, vocalista do Calcinha Preta

Cantora foi vítima de complicações de infecção nos rins

Foto: Reprodução/Instagram
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Paulinha Abelha em show do Calcinha Preta

23 fevereiro, 2022

A cantora Paulinha Abelha, vocalista do Calcinha Preta, morreu aos 43 anos de idade, nesta quarta-feira (23/2), em decorrência de um quadro de comprometimento multissistêmico. A nota oficial do falecimento foi divulgada na página da banda. "O Hospital Primavera comunica, com pesar, que a cantora, Paula de Menezes Nascimento Leca Viana, Paulinha Abelha, faleceu hoje às 19h26 em decorrência de um quadro de comprometimento multissistêmico. Nas últimas 24 horas apresentou importante agravamento de lesões neurológicas, constatadas em ressonância magnética, e associada a coma profundo.Foi então iniciado protocolo diagnóstico de morte encefálica, que confirmou hipótese após exames clínicos e complementar específicos", diz o comunicado. Ela foi internada na UTI de um hospital de Aracaju, em Sergipe, no último dia 11 de fevereiro com um quadro de infecção. No dia 17 de fevereiro, a cantora foi transferida para o Hospital Primavera, já em coma, e ficou sob os cuidados das equipes médicas de terapia intensiva, neurologia e infectologia. De acordo com boletins médicos divulgados pela equipe da artista, ela precisou passar por uma terapia renal substitutiva e uma terapia dialítica antes da piora irreversível de seu estado de saúde.

Causas da morte

Ontem (22/2) o Hospital Primavera, de Aracaju, realizou uma coletiva de imprensa para falar do estado de saúde de Paulinha Abelha. De acordo com a equipe médica, ela seguia em coma grave e profundo, com quadro de inflamação da membrana que envolve o cérebro, além de disfunção renal e hepática. A notícia inicial de que a artista estaria com algum tipo de bactéria do cérebro foi desmentida. "Iremos vencer", diz marido de Paulinha Abelha, do Calcinha Preta, internada na UTI. "Na UTI a gente tinha duas vertentes: dar suporte às falências orgânicas para que não continuassem progredindo, porque ela já tinha disfunção renal e hepática. E tinha um quadro neurológico em coma profundo sem nenhum tipo de reflexo e resposta. [...] Repetimos a ressonância cerebral para tentar identificar o motivo do coma. Outros exames clínicos e neurológicos também foram realizados. De sexta-feira para cá o quadro neurológico segue inalterado. A alteração que conseguimos identificar na ressonância foi um quadro de inflamação da membrana que envolve o cérebro", declarou um dos médicos responsáveis pelos cuidados de Paulinha. De acordo com ele, a equipe seguia investigando a parte neurológica da cantora. "Têm exames que descartaram e confirmaram algumas coisas e outros ainda estamos esperando", completou. "A pergunta que fazemos aqui no dia a dia é: quais as justificativas de uma pessoa estar na escala mais baixa que você pode ter em uma escala de coma", disse outro médico da equipe.

Uso de diuréticos

Durante a coletiva, um repórter questionou se o uso de diuréticos que Paulinha costumava tomar poderia ter influência no quadro de saúde. Os médicos explicaram que medicamentos para emagrecer que a cantora usou podem, sim, causar lesão renal, mas isso ainda não foi comprovado. "De fato, o uso abusivo de algumas substâncias, inclusive de cunho estético, podem, sim, levar a uma lesão renal. O fato é que não tem nenhum exame comprovatório hoje no caminho de dizer que ela tivesse alguma lesão prévia e não temos nenhum sinal de lesão crônica. De fato, o uso rotineiro de remédios tem esse risco, mas não parece o caso. Fomos questionados ao longo da semana se os tratamentos e as tentativas de perda de peso teriam alguma responsabilidade no quadro clínico dela. Quando se fala em quadro de síndrome tóxicometabólica é que tem alguma substância circulando no corpo da paciente que deve estar gerando uma cascata de lesões nos órgãos. Qualquer substância - seja prescrita ou não -, medicamento é droga. Mas quando Paula o fez, foi de caráter supervisionado. A gente trabalha, sim, com a possibilidade de alguma intoxicação de medicamentos, existem exames em andamento, iremos confirmar ou negar. Nesse momento essa resposta nós não temos", explicou a equipe.

Quem era Paulinha Abelha, vocalista da banda Calcinha Preta?

Paula de Menezes Nascimento Leça Viana, mais conhecida como Paulinha Abelha, estava no Calcinha Preta desde 1998, quando entrou por indicação de Daniel Diau, cantor que havia ingressado recentemente na banda. Nascida em Alagoinhas, Bahia, mudou-se muito nova para Simão Dias, pequena cidade de pouco mais de 40 mil habitantes do interior de Sergipe, onde começou a cantar aos 12 anos em corais de igreja e trios elétricos. Ainda jovem, fez parte das bandas Flor de Mel e Panela de Barro, mas precisou interromper a carreira por dificuldades financeiras. O apelido "Abelha" foi herdado do pai, a quem todos se referiam assim. Com o Calcinha Preta, Paulinha participou de gravações de sucesso, como "Louca por ti", "Ainda te amo", "Baby doll" e "Liga pra mim", em mais de 20 álbuns gravados com o grupo. Também ficaram marcadas as idas e vindas de Paulinha Abelha no Calcinha. Sua primeira saída da banda foi em 2010, quando trocou o grupo pelo GDO do Forró, mas voltou meses depois. No mesmo ano, ela arriscou um projeto ao lado de Marlus Viana, seu marido à época, que acabou não dando certo, o que fez com que ela retornasse ao Calcinha Preta. Paulinha saiu do grupo em outras duas oportunidades, em 2016, mas voltou em 2018, permanecendo desde então. Depois de gravar um DVD em 2020, a banda Calcinha Preta estava voltando ao ritmo de shows após o hiato causado pela pandemia. Paulinha tem mais de 2 milhões de seguidores em seu perfil no Instagram. Ela namorava desde 2017 com o modelo Clevinho Santos.

Biografia

Nascida em Simão Dias, no estado de Sergipe, em 16 de agosto de 1978, Paula de Menezes Nascimento Leça Viana iniciou sua carreira musical aos 12 anos com apresentações em trios elétricos na sua região e formou sua própria banda, chamada Flor de Mel. Na sequência, a cantora sergipana integrou a banda Panela de Barro por três anos até ser descoberta pelo empresário Gilton Andrade, diretor do grupo Calinha Preta, e permaneceu 12 anos em sua primeira passagem pela banda. Em 2010, Paulinha migrou para a GDO do Forró e, no mesmo ano, formou a dupla Paulinha & Marlus com o marido Marlus Viana, com quem trabalhou até 2014, ano em que retornou ao Calcinha Preta. Em 2016, após deixar a banda pela segunda vez, a cantora passou a fazer parte da Gigantes do Brasil, mas não chegou a ficar um ano. Já em 2018, Paulinha retornou novamente ao Calcinha Preta, onde esteve desde então, e gravou destaques como "Abra o Meu Coração" e "Ainda Te Amo". Vale lembrar que ela foi casada por 10 anos com Marlus Viana, de quem se separou em 2015, e engatou um namoro com o dançarino Clevinho Santos dois anos depois.