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Ofensas

Morador é filmado ao ofender e ameaçar porteira em prédio de Goiânia: 'Chimpanzé, você não presta'

Autor ainda ligou na portaria, disse ser policial, afirmou que colocaria uma arma na cintura e desceria para 'resolver' a situação. Polícia Civil investiga o caso como injúria racial e ameaça

Foto: Divulgação
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Vinícius Pereira da Silva ainda ameaça a porteira dizendo que é policial e que vai descer até ela armado

20 abril, 2021

Goiânia (GO) -   Uma porteira denuncia que foi vítima de injúria racial e ameaça enquanto trabalhava em um prédio residencial do Jardim Goiás, em Goiânia, no domingo (18/4). Uma gravação registra os xingamentos e agressividade do morador (assista acima). “Grava, macaca! Chimpanzé! Chipanga! Me encara, desgraça”, diz o homem pessoalmente à vítima, que estava filmando a cena. Segundo a porteira, que preferiu não ter a identidade divulgada, a discussão começou porque o morador chegou de carro em frente ao portão da garagem e piscou os faróis, querendo entrar sem se identificar. A funcionária explicou que não poderia abrir para qualquer um que fizesse um sinal e que precisava que o homem se identificasse, o que irritou o morador. Minutos após ofendê-la pessoalmente e subir ao apartamento onde mora, ele ligou na portaria e continuou com a discussão. A mulher questiona o motivo de estar sendo ofendida, e ele responde: “Porque você não presta, desgraça. Você é uma merda, abaixo de zero”.
O homem ainda ameaça a porteira dizendo que é policial e que vai descer até ela armado: “Vou meter minha arma na cintura e vou aí resolver”. O G1 tentou localizar o morador Vinícius Pereira da Silva, que aparece nas imagens, para pedir uma posição sobre a situação, mas ele não foi encontrado até a última atualização desta reportagem. A administração do condomínio disse, em nota, que está acompanhando o caso e se colocou totalmente à disposição da Polícia Civil. "Internamente foi publicada uma nota de repúdio e nos colocamos à disposição da empresa prestadora de serviços e da colaboradora para auxiliar no que for preciso. Além disso, a assessoria jurídica do condomínio está avaliando as medidas administrativas que poderão ser tomadas com base no Código Civil e nas normas do condomínio (Convenção e Regimento Interno)", completa a administração.

Investigação

O delegado Eduardo Carrara mora no mesmo condomínio e, quando soube do problema, foi à portaria para dar assistência à vítima, que estava nervosa e emocionalmente abalada por causa do episódio de agressões verbais. Segundo ele, não é a primeira vez que o mesmo morador causa alguma confusão no condomínio. Quem investiga o caso é o delegado Gil Fonseca Bathaus, responsável pelo 8º Distrito Policial de Goiânia. De acordo com ele, a denúncia está registrada como ameaça e injúria racial. O delegado informou que também não encontrou o morador para conduzi-lo à delegacia e colher depoimento. A corporação informou que ainda não levantou se o investigado realmente é um policial, conforme ele se identificou à porteira. "Ouvimos três testemunhas e a vítima. O autor não foi localizado na casa dele, mas deixamos a intimação para que ele seja ouvido aqui amanhã. Se ele tivesse sido localizado na hora, ele já teria sido autuado em flagrante, mas ele havia evadido", explicou.

Medo

A porteira contou que teve medo do morador e que espera que as denúncias façam efeito e mostrem às pessoas que elas não podem tratar funcionários da forma como ela foi tratada por aquele morador. "Sei que muitas pessoas passam por isso e, às vezes, fica por isso mesmo, até continuam trabalhando no mesmo lugar, sofrendo ofensas e ameaças, mas eu espero que todo mundo que passou ou venha a passar por isso consiga denunciar, porque só assim a gente vai conseguir que essas pessoas nos respeitem e nos tratem como seres humanos", disse. Indignada com o caso, a coordenadora do Movimento Negro Unificado, Iêda Leal, disse que também deve atuar no caso para lutar por justiça pela porteira. "Vamos tomar nossas providências. Enquanto Movimento Negro Unificado, vamos entrar com queixa criminal reportando esse caso. [...] Ele tem que ser retirado de circulação. Quando ele se refere a ela dessa forma, ele se refere a nós. Estamos ofendidos e vamos querer justiça", pontuou.

Fontes: G1 Goiás / www.poptvnews.com.br