Quarta-feira, 27 de
Novembro de 2024
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Socorro

Médicas goianas salvaram turista que teve parada cardíaca em aeroporto dos EUA

Profissionais explicam que, com o atendimento, paciente passou de estado grave para estável

Foto: Arquivo pessoal/Gyselle Bessa
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Médicas goianas Kamilla e Gyselle e a os paramédicos dos EUA fazendo atendimento a um paciente no aeroporto de Nova York — EUA

23 outubro, 2023

As duas médicas goianas salvaram, nesta segunda-feira (23/10), um turista brasileiro que teve uma parada cardíaca no aeroporto John F. Kennedy, Nova York, nos Estados Unidos. Ao g1, as médicas pediatras Gyselle Bessa, de 46 anos, e Kamilla Prudente, de 34, contaram a emoção que passaram logo que chegaram no aeroporto e passavam pela imigração. "Estamos em êxtase. Não estamos acreditando no que aconteceu. [Já] tivemos muitas ocorrências, mas essa de hoje foi a que mais me marcou", disse Gyselle, emocionada. "Eu corria para um lado, corria para o outro. Parecia uma cena de filme", lembrou Kamilla. Gyselle e Kamilla moram em Goiânia e, por estarem de folga, foram aos Estados Unidos para o casamento de uma amiga médica que também é goiana. Tudo começou quando as profissionais aguardavam na fila para passar pela imigração e ouviram um grito de ajuda: '"Help". "Estávamos bem lá atrás [na fila] e escutamos 'help, help', e eu falei, Gyselle, parece que alguém está pedindo ajuda. Vai lá, olha lá o que aconteceu", narrou Kamilla. O g1 não conseguiu falar com a família do homem atendido pelas profissionais no aeroporto ou com o hospital em que ele foi levado até o momento para uma atualização do estado de saúde. No entanto, as médicas explicam que após o atendimento, o paciente passou de um estado grave para estável. De acordo com as profissionais, o turista estava com a esposa em visita ao filho.

Atendimento em aeroporto
Kamilla está em sua primeira vez nos Estados Unidos e contou que apesar de ter ido ao país a passeio, também levou alguns equipamentos, como o oxímetro e um estetoscópio. Com receio de uma possível extraviação, a médica manteve seus equipamentos médicos em uma mala de mão junto com ela, que foram essenciais para o atendimento do homem no aeroporto. "Cheguei lá, vi que ele estava em parada cardiorrespiratória e já comecei a fazer a massagem [cardíaca]. Deixei a Gyselle assumir a massagem e voltei à fila para pegar minha mala onde estavam meus aparelhos médicos e saí correndo de novo. Parecia uma cena de filme", detalhou Kamilla sobre o momento em que foi atrás de Gyselle no local em que a família do paciente pediu ajuda. As médicas ainda contaram que, depois de constatar o que o homem havia tido, elas conseguiram um desfibrilador no aeroporto, um aparelho que é usado para reanimar pessoas com parada cardíaca. "Com o oxímetro vimos a saturação, a frequência cardíaca, graças a Deus tínhamos desfibrilador no aeroporto e depois de observar no oxímetro e no estetoscópio pudemos colocar o desfibrilador fazendo o choque e com as massagens conseguimos reverter até os paramédicos chegarem", detalhou Gyselle sobre as técnicas empreendidas no atendimento. "Chegando o desfribrilador a gente cardioverteu ele, afastou todo mundo e mesmo falando muito pouco inglês a gente conseguiu organizar com os seguranças e tudo. Os paramédicos chegaram, a gente ainda ajudou eles para estabilizar o paciente até que a ambulância com os médicos chegassem, e isso foi uns 30, 40 minutos", completou Kamilla. Ambas as profissionais são médicas pediatras. Na profissão, Gyselle com mais de 20 anos e Kamilla 11. Dentro de sua trajetória, Gyselle atuou por 10 anos no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e 5 anos no helicóptero do Corpo de Bombeiros. Ainda assim, a médica disse estar “em êxtase” com o ocorrido. “Já peguei várias ocorrências chocantes, mas igual a essa, que estava relaxada, de boa, na fila, meio sonolenta, nunca imaginava ter que agir naquele momento”, disse Gyselle. "Fazia muito tempo que eu já não atendia adultos. A principio eu mandei a Gyselle [ir ao local] porque já teve mais anos de SAMU atendendo adultos, mas a gente é formada em clinico geral e a gente sempre lembra", contou Kamilla.