Como titular da seleção feminina de basquete, Marta Sobral conquistou títulos inéditos para o esporte brasileiro, como a medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos de Havana, em 1991, e a de prata nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992. Jogando ao lado de Hortência e Paula, também suas amigas pessoais, a ex-atleta reconhece hoje que havia uma diferença no tratamento dado às estrelas do time e às outras meninas da equipe. "A gente sabia que existia um preconceito. As empresas, por exemplo, sempre chamavam elas para fazer as campanhas e nós, as negras, não. Éramos 12 atletas, cinco titulares. Sei do meu valor. Não falo isso para desmerecer, elas têm o valor delas, mas eu sempre soube que a Paula e a Hortência ganhavam muito dinheiro, e a gente não. Eu fazia o meu contrato e achava que aquilo era suficiente para me manter, manter minha família. Nunca ganhei em dólar como elas ganharam, mas se elas conseguiram, parabéns", disse Marta no canal Clube da Vip, no YouTube. Em breve, Marta vai retomar sua agenda de palestras motivacionais pelo Brasil, com as quais se mantém hoje financeiramente, aos 57 anos: "A gente que vem da periferia tem história para contar... Não vejo muito espaço para as atletas negras depois que deixam o esporte. As portas só abriram para algumas".
Fotos para a 'Playboy'
Marta Sobral teve seu momento também de musa do esporte. A ex-atleta posou em dezembro de 1991, no auge da carreira, para a "Playboy". Mas seu ensaio, por não ter sido capa (a estrela da edição era Sônia Lima), era cercado de mistérios. Ela, então, esclarece o que aconteceu:
“Eu estava com a Hortência num show da Maria Bethânia em São Paulo, e o Juca Kfouri (diretor da revista na época), me viu por lá e me fez o convite. Eu era muito cara de pau e faria até de graça. Mas desde o começo foi acertado que eu não seria a capa, que seria um ensaio interno. Juca queria logo para aquela edição para aproveitar minha popularidade naquele momento”.