Por Silvana Marta
O Atacante Marinho, do Santos, fez um desabafo nas redes sociais após ter sido vítima de comentário racista do locutor Fabio Benedetti, da rádio Energia 97 FM: “Eu brigo pela causa e sei o valor que eu tenho. Se eu passo por isso, imagina quem não tem voz ativa”, disse. O comentarista conhecido como Cheff Benedetti, ao falar sobre a expulsão do atacante ainda no primeiro tempo, afirmou:
“Você é burro, você está na senzala; você vai sair do grupo uma semana pra pensar no que você fez.”
O comentário preconceituoso e racista que sugere uma punição moral ao jogador, em forma de exclusão, gerou consternação e constrangimento não só entre os torcedores mas entre todos os que tiveram acesso à transmissão, de tal modo que a rádio Energia 97 Fm, além de ter afastado temporariamente o comentarista, se manifestou através de uma nota de repúdio.
Confira a nota na íntegra
Energia 97 FM (Nota de Repúdio)
Na noite de quinta-feira, dia 30/07/2020, durante a transmissão do jogo entre Santos e Ponte Preta no programa Energia em Campo, o integrante Fábio Benedetti fez um comentário racista em relação ao jogador Marinho do Santos. A Energia repudia severamente as palavras proferidas e vem por meio deste deixar explícito que não compactua com nenhum tipo de injúria racial. Decidimos afastar o comentarista e já estamos em contato com ele para decidirmos como serão conduzidos os próximos passos. Nos desculpamos e nos solidarizamos com todos, principalmente, com o jogador Marinho e sua família. Nós como rádio estamos atentos às manifestações de nossos ouvintes e não nos ateremos apenas às palavras ou desculpas.
Atenciosamente,
Rádio Energia 97 FM. (sic)
Muitas vezes os jogadores são submetidos à baterias de treinamentos, e são obrigados a jogar mesmo lesionados, por exigência dos clubes, que não se preocupam com a possibilidade das lesões deixarem sequelas permanentes. Marinho, no vídeo, diz que está sendo submetido a um tratamento fisioterapêutico em dois períodos, além de tratamento em casa à noite para poder jogar. Isso evidencia que o clube lhe exige muito mais do que o seu corpo possa responder, e neste caso específico, o seu desempenho em campo pode dever-se a sua condição física que não está em seu melhor estado. Em tese, a culpa seria do clube e não do atleta. Mas as os torcedores e o público de uma maneira geral não ligam para o esgotamento físico do jogador, o que é lastimável.
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