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Novembro de 2024
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Tragédia

Marido de mulher que morreu após tumulto por 'picanha mito' diz que ela teve hemorragia

" Após ter a perna prensada, ela gritava de dor', lamenta Wanderley de Paula Dias

Foto: Montagem/g1
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Yeda Batista, de 46 anos, morreu após ter hemorragia na perna ao ser prensada em tumulto na venda da 'picanha mito' em Goiânia, em Goiás

05 outubro, 2022

O marido da mulher que morreu após tumulto na venda da "picanha mito", contou que a perna de Yeda Batista da Silva, de 46 anos, foi prensada na porta do Frigorífico Goiás quando ela tentava entrar no comércio, no domingo (2/10), em Goiânia."Ela gritava de dor. A perna dela inchou muito. No hospital, descobrimos que uma veia estourou e provocou hemorragia. Nem deu tempo de fazer cirurgia para salvá-la", desabafou o marido, Wanderley de Paula Dias. Uma funcionária do Frigorífico Goiás disse por telefone, na terça-feira (4/10), que a empresa não vai se manifestar sobre o caso. Capitão aposentado do Corpo de Bombeiros, Wanderley de Paula, de 51 anos, explicou que ele e a mulher se programaram para chegar cedo ao frigorífico justamente para evitar tumulto e comprar carnes para um churrasco que fariam em comemoração ao aniversário de 71 anos da mãe da esposa.

Tumulto e busca por atendimento
A vítima, que era empresária, tinha uma doença autoimune que afetava os rins e a circulação de sangue no corpo. Segundo o capitão, a mulher acabou sendo prensada contra uma porta, se sentiu mal e decidiu esperar por ele no carro. Quando o homem voltou, percebeu que a perna da esposa estava muito inchada e ela reclamava muito de dor. O casal, então, voltou para casa. O marido contou ainda que saiu para votar, mas Yeda ligou dizendo que seguia com muitas dores. Ele voltou e a levou a um hospital para receber os primeiros atendimentos. Os médicos, então, a transferiram para uma unidade especializada em angiologia, pois o problema era vascular. Porém, a mulher não resistiu e morreu devido a uma hemorragia. "Não imaginávamos que o machucado ia causar a morte dela. É uma perda grande, sem tamanho. A gente vivia em função dela, que organizava tudo para a família", comentou o oficial. Familiares registraram boletim de ocorrência relatando a morte para a Polícia Civil. O caso foi registrado inicialmente como morte acidental.

Suspeita de propaganda irregular
No mesmo dia, o juiz eleitoral Wilton Muller Salomão determinou a suspensão da promoção e da divulgação da venda. "A venda de carne nobre em preço manifestamente inferior ao praticado no mercado, no valor de R$ 22, revela indícios suficientes para caracterizar, em sede de um juízo não exauriente, conduta possivelmente abusiva do poder econômico em detrimento da legitimidade e isonomia do processo eleitoral", escreveu o magistrado. Em entrevista ao g1, um especialista em justiça eleitoral informou que o desconto de mais de R$ 100 no kg de picanha pode ser configurado como um "incentivo" ao eleitor votar em Bolsonaro. "Pode ser um elemento para incentivar o voto. Claro que deve ser analisado, mas pode ser configurado crime de corrupção eleitoral", disse.
 

Propaganda em helicóptero
No último dia 27 de setembro, o Ministério Público Eleitoral pediu a condenação e o pagamento de multa de R$ 20 mil contra o cantor Gusttavo Lima e o frigorífico por propaganda eleitoral irregular em um helicóptero. Em maio deste ano, o MP Eleitoral foi noticiado de que havia, no heliponto da loja Frigorífico Goiás, no Bairro Setor Sul, em Goiânia, um helicóptero totalmente adesivado nas cores verde e amarelo, com a mensagem "Bolsonaro Presidente". Em nota, o advogado Cláudio Bessas, da Balada Eventos, informou que o helicóptero em questão não pertence ao cantor Gusttavo Lima, mas ao proprietário do Frigorífico Goiás. O sertanejo teve contrato de uso de imagem com a empresa, que já foi encerrado. "Portanto, não há qualquer responsabilização do cantor diante de tal fato", diz o comunicado.