Em artigo na Crusoé, o escritor Jerônimo Teixeira diz que o “Jesus armado” usado por Jair Bolsonaro para defender o armamentismo é uma blasfêmia. Em conversa com um apoiador recentemente, o presidente afirmou que Jesus Cristo “não comprou pistola porque não tinha” na época. “Um Cristo que espalhasse balas a esmo pela Judeia, feito policial na Vila Cruzeiro, estaria em contradição com o espírito dos evangelhos. Tampouco seus discípulos aparecem decapitando infiéis nos Atos dos Apóstolos, livro que foi escrito pelo mesmo autor do evangelho de Lucas”, diz. “A sugestão de que Jesus Cristo teria se defendido se pusesse as mãos em uma AR-15 não é apenas uma idiotice: é também uma blasfêmia (…). A direita que recorre ao ‘venda a capa e compre uma espada’ para amparar o armamentismo não é diferente da esquerda que cita o ‘eu vim trazer a espada’ para sugerir que Jesus pregava a revolução: ambas descontextualizam e deformam passagens bíblicas para que sirvam ao proselitismo mesquinho. Não é preciso ser cristão para constatar que isso é coisa de mau cristão”.