Um grupo que ostentava uma vida de luxo foi preso nesta terça-feira (11/10) suspeito de usar moradores de rua como “laranjas” para abrir empresas "fantasmas" e adquirir cartas de crédito em consórcios, em Goiás. Ao todo, 134 veículos foram apreendidos com os suspeitos, entre eles, uma Lamborghini avaliada em cerca de R$ 1 milhão. Segundo a Polícia Civil, a Operação Cota Criminosa prendeu preventivamente 14 suspeitos em Goiânia, Anápolis, Corumbá de Goiás, Goianésia, Jaraguá e Uruaçu. Além deles, outros oito seguem foragidos. Os nomes dos presos não foram divulgados, por isso, o g1 não conseguiu localizar as defesas dos mesmos para que se posicionassem. Segundo a Polícia Civil, com os envolvidos, foram apreendidos mais de R$ 35 milhões em bens. Entre os investigados, estão dois advogados. O g1 entrou em contato com a OAB, por e-mail, às 16h50 desta terça-feira, para saber se a ordem tem conhecimento sobre os advogados investigados e quais medidas podem ser tomadas, e aguarda resposta.
Esquema forjado
Segundo o delegado responsável pelo caso, Thiago Martiminiano, o grupo, com a ajuda de advogados e contadores, criava empresas fantasmas em nomes de "laranjas", fazia movimentações nas contas falsas e conseguia dar lances para adquirir cartas de consórcios em concessionárias. "Eles forjavam balancetes, faziam algumas movimentações nas contas para simular que era uma empresa economicamente ativa e saudável. Depois participavam de consórcios, faziam um lance robusto, retiravam as cartas de créditos e adquiriam veículos", explicou o delegado. Depois de adquirida a carta de consórcio, os suspeitos não pagavam as parcelas dos créditos e vendiam os carros pela metade do preço, apenas com uma procuração, esquema conhecido como "finam". "Eles iam até concessionárias, adquiriam carros de luxo e vendiam veículos como “finam”. Quando as instituições iam cobrar as taxas do consórcio, encontravam moradores de rua, empresas que nem endereços tinham", disse o investigador. Os nomes das empresas que concederam os créditos aos investigados não foram divulgados bem como os valores dos prejuízos causados às financeiras.