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Crime

Ginecologista preso por crimes sexuais

O médico chegou a dizer que pacientes precisavam ficar excitadas para que exames dessem certo, diz polícia

Foto: Divulgação/Polícia Civil
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Médico Fábio Guilherme da Silveira Campos, ginecologista preso suspeito de crimes sexuais em Goiânia - Goiás

21 julho, 2023

O médico ginecologista Fábio Guilherme da Silveira Campos, de 73 anos, preso em Goiânia (GO) após denúncias de crimes sexuais, chegou a dizer para pacientes que elas precisavam ficar excitadas para que o exame ginecológico desse certo. Segundo a delegada Amanda Menuci, responsável pelo caso, duas mulheres relataram os crimes ao Conselho Regional de Medicina (CRM) em 1994. “No consultório, ele dizia que para colher o exame, citologia a fresco, elas precisavam ficar excitadas. Então ele tocava os seios, pegava a mão e colocava no órgão genital dele e até pediu pra uma delas fechar os olhos e pensar em coisas boas. Ele ejaculou na barriga dela”, afirmou a delegada Amanda Menuci. O ginecologista foi preso na manhã de quinta-feira (20), na casa dele localizada no Jardim América. O g1 não conseguiu contato com a defesa do médico até a última atualização desta reportagem. O mandado de prisão preventiva foi representado pela Delegacia Estadual de Atendimento à Mulher (Deam). Ele já havia sido filmado sendo agredido com um soco dentro do consultório por um homem, no Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) Novo Horizonte, em junho desse ano. Nas imagens, é possível vê-lo agredindo o médico e o acusando de ser “abusador de mulher”. Segundo a polícia, as vítimas tinham 15, 16, 21 e 32 anos nas datas dos crimes. A delegada explicou que uma das mulheres que denunciou o abuso ao CRM em 1994 é testemunha nas investigações atuais. Ao todo, cinco mulheres foram identificadas, das quais duas denunciaram formalmente e uma é testemunha, visto que o caso está prescrito. Após a repercussão do caso, uma mulher entrou em contato com a polícia civil e relatou que foi vítima em 2014. “No caso de 2014, ela estava na posição ginecológica, ele puxou o corpo dela no sentido do seu e pressionou o órgão genital dele contra o dela. Isso causou um estranhamento, ela já o afastou e encerrou a consulta", disse a delegada. “Enquanto ela estava se vestindo, ele afastava a cadeira dele da consulta para observá-la vestindo a roupa”, completou a delegada.

Soco
No vídeo, o homem com um registro de ocorrência contra o médico, o sacode na frente da câmera do celular, entra no consultório, confirma se é o mesmo ginecologista e o agride com um soco no rosto, enquanto o chama de “abusador”. Após a agressão, o médico demonstra confusão e chega a pedir para o homem contar o motivo do soco. À TV Anhanguera, na época, o profissional negou ter abusado da mulher e que só fez o exame do toque, já que a mulher está em seu oitavo mês de gestação. O homem chegou a deixar o local, mas foi localizado pela GCM logo depois. Ele, seu tio e sua companheira, assim como o médico, foram levados para a Central de Flagrantes. O médico também passou pelo o Instituto Médico Legal (IML), onde passou por exame de corpo de delito devido à agressão sofrida.

Nota da SMS na íntegra
"A respeito da demanda enviada por esse veículo de comunicação, referente à prisão de um médico ginecologista, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclarece o que se segue: O profissional médico é ginecologista, servidor efetivo da Secretaria Estadual de Saúde, cedido ao município de Goiânia, com ônus para o Estado de Goiás. O profissional está lotado no Ciams Novo Horizonte desde 2014. Durante este período, a SMS não recebeu nenhuma denúncia contra o profissional. Desde o dia 30 de junho passado, ele está afastado da unidade de saúde. A secretaria acatará qualquer determinação judicial sobre o caso. Ressalta-se, que a secretaria não compactua com atos de desrespeito aos usuários e preza pelo acolhimento e qualidade da assistência."

Nota Cremego na íntegra
Todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) ou das quais tomamos conhecimento são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico.