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Liberdade

Ex-secretário do governador Marcelo Miranda ganha liberdade após cinco dias preso

Elmar Batista Borges, conhecido como Cenourão, e a mulher foram presos suspeitos de ser laranjas do ex-governador Marcelo Miranda. Eles foram presos durante a operação Carotenóides

Foto: Divulgação
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Elmar Batista Borges, o Cenourão, foi preso durante operação Carotenóides

30 setembro, 2019

Palmas (TO) - Depois de passar cinco dias na Casa de Prisão Provisória de Palmas, o ex-secretário extraordinário de Integração Governamental do Tocantins Elmar Batista Borges ganhou liberdade. Ele deixou a cadeia por volta das 7h30 da segunda-feira (30/09). Cenourão, como é conhecido, e a mulher dele Tatiane Felix Arcanjo, foram presos durante a operação Carotenóides da Polícia Federal. Eles são suspeitos de ser 'laranjas' na compra de veículos, que na verdade tinham como verdadeiro dono o então governador Marcelo Miranda.  Elmar também foi chefe de gabinete durante o governo de Miranda, que também foi preso durante a operação 12º Trabalho da PF. Ele, o irmão Brito Miranda Júnior e o pai José Edmar Brito, fariam parte de "um esquema orgânico para a prática de atos de corrupção, fraudes em licitações, desvios de recursos, recebimento de vantagens indevidas, falsificação de documentos e lavagem de capitais, cujo desiderato [finalidade] era a acumulação criminosa de riquezas para o núcleo familiar como um todo." O advogado de Cenourão, Juvenal Klayber, disse que o juiz, após audiência de custódia, decidiu pela prisão temporária, cujo prazo é de cinco dias. Essa decisão vale como alvará de soltura e foi cumprido nesta segunda-feira.Já Tatiane Felix foi liberada durante audiência, no mesmo dia da prisão, na última quarta-feira (25/09).

'Laranjas'
Conforme a decisão do juiz federal João Paulo Abe, durante a operação Reis do Gado, deflagrada pela PF em 2016 pra investigar corrupção e lavagem de dinheiro, um carro no valor de R$ 114 mil foi apreendido na casa do então governador. Acontece que o veículo estava em nome de Tatiane Felix Arcanjo. Ao apurar a forma de compra do carro, a PF identificou que a negociação foi efetuada por Cenourão. Na época, ele exercia a função de chefe de gabinete do governador. Segundo as investigações, na época, Cenourão usou Tatiana "para dissimular a aquisição do bem em favor do governador, cuja compra teria sido executada com recursos auferidos ilicitamente", diz a decisão. Ainda segundo o documento, durante buscas feitas pela PF, foi apreendido um laptop no gabinete do então governador, o qual tinha uma apólice de seguro do veículo, tendo como segurado Marcelo Miranda. Segundo a decisão, o casal também tinha procurações para fazer movimentações. Em um desses casos, Tatiane transfere uma caminhonete a um homem, sendo que o bem é incompatível com a renda da mulher, que dizia ser dona de casa. Além disso, foram identificadas procurações com a outorga de amplíssimos poderes a Cenourão para movimentar contas bancárias de terceiros. Ainda conforme a PF, há indícios de que ele é proprietário oculto de uma casa lotérica - que está registrada em nome de outra pessoa - e tem poder para movimentar a conta, contrair dívidas e receber pagamentos. A outorga de tais poderes, de acordo com a polícia, é indicativa de que a empresa é controlada por Cenourão e pode estar incluída em atos de lavagem de capitais. Todo o esquema foi revelado por meio de delator suspeito de fazer parte da associação criminosa. Ele aponta outros laranjas usados na compra de fazendas, empresas agropecuários, veículos e aeronaves, que na verdade eram de propriedade da família Miranda.

Operação Carotenóides

A operação foi deflagrada pela PF na última quarta-feira (25) e culminou na prisão de Cenourão e da mulher dele. A suspeita é que eles façam parte de uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro. Segundo a PF, o grupo estaria usando 'laranjas' no registro de bens móveis e imóveis com o objetivo de ocultar a origem ilícita dos recursos. Segundo a PF, 12 policiais participam da operação para cumprir os mandados em Natividade e Imperatriz (MA). A investigação é um desdobramento da operação “Reis do Gado”, realizada em novembro de 2016, a qual apura o crime de lavagem de dinheiro no Tocantins ocorrida entre 2005 e 2012. De acordo com a polícia, o objetivo dessa ação é aprofundar as investigações, com foco em investigados que figuraram como laranja nos registros de veículos, bem como procuradores e intermediadores na negociação de fazendas, participando no processo de lavagem do dinheiro ilícito. O nome da operação faz referência aos apelidos utilizados pelas pessoas.