Los Angeles (EUA) - Se você já ouviu falar de Karen Kardasha e à relacionou com as irmãs milionárias Kim, Kourtney, Chloe, Kendal e Kylie, saiba que você não está tão errado assim. A mais nova sensação da internet tem uma inspiração estética nas Kardashian, é igualmente rica e vive nos Estados Unidos. Mas habita o corpo saradíssimo do brasileiro Renato Shippee, natural de Bauru, interior de São Paulo. Em 45 dias, a personagem nasceu, cresceu e ao que parece terá vida longa. “Ainda estou surpreso com tudo isso. Tem um mês e meio e Karen está chegando a 2 milhões de seguidores só no Instagram. Tento assimilar o que está acontecendo”, observa Renato, que mora há seis anos em Los Angeles e trabalha como ator após ter sido pastor no Brasil. Com a pandemia nos EUA, Renato viu as produções serem drasticamente reduzidas. Com tempo de sobra, ele passou a observar melhor o comportamento na web e o consumo potencializado pelo isolamento social. Assim surgiu Karen. “A história que construí é de uma mulher que veio para os EUA e se casou por interesse, claro, com um homem muito rico, realizando os sonhos dela. E agora dá conselhos, de forma irônica e debochada, a outras sugababies que esperam trilhar o mesmo caminho”, descreve. O que o criador não contava é que em poucas horas os conselhos de Ka, para os íntimos, fossem viralizar e se tornar um destes sucessos que fecham um 2020 cheio de lives, memes e afins. Renato criou um filtro especial para a personagem, que carrega na maquiagem, sobretudo no iluminador facial, nas argolas douradas e na voz. O cabelo? É de Renato mesmo. “Já vinha deixando crescer, é a primeira vez que tenho os cabelos assim”, conta ele, que recebe inúmeros elogios e dúvidas se usa peruca: “Nada disso, é meu mesmo! Estou até criando a linha de cuidados para o cabelo da Karen”. Como se vê, a criatura virou até um empreendimento comercial. Renato já fatura uma graninha com a monetização do TikTok e sonha alto com o futuro de sua criação. Não que precise, afinal é milionária, Karen mantém uma loja virtual na qual vende canecas e camisetas com frases ditas por ela em seus conselhos quase amororos. “As dúvidas são reais. Ela recebe perguntas de tudo que é lugar. Mais de mulheres. 88% do meu público é feminino”, contabiliza Renato, que estreou Karen em seu próprio perfil e, por pouco, não a “matou”: “Perdi cerca de 1000 seguidores logo de cara. Por preconceito. Muitos acharam que era uma travesti e ficaram com medo de me seguirem. Decidi separar nossa vida e criar uma só para ela no mundo virtual”, justifica o ator, de 34 anos, que passa o dia em função das gravações de Karen. Tudo sem roteiro. Renato diz que ficou surpreso ao ver muitas celebridades curtindo seu conteúdo e o seguindo. Gente que ele próprio admirava. “Tatá Werneck me deicou muito feliz ao seguir a Karen. Ela é um gênio na improvisação e também não tenho um roteiro”, garante. Não é porque não obedece um roteiro que Renato não tenha uma preocupação que vá além da estética. Pelo contrário. Quanto mais famosa Kren fica, mais responsabilidade ele tem. “Não se trata de uma mulher fútil, que tira onda com os pobres. Ela dá conselhos. Os seguem quem quiser. E Karen sempre fala do outro lado da moeda. Com sinceridade. Hoje me preocupo muito mais com o que estou dizendo. E acho engraçado falarem que ela é a verdadeira fada sensata de 2020”, orgulha-se.
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