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Escândalos

Escândalos na fé: igrejas e líderes envolvidos em fraudes financeiras

Geralmente, as investigações giram em torno de casos como lavagem de dinheiro ou fraudes

Foto: Alan Santos/PR
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Igreja Universal do Reino de Deus - Edir Macedo

26 setembro, 2021

Anos de investigação. Esse é o tempo que pode durar quando se trata de supostos crimes financeiros cometidos por líderes religiosos de igrejas bem consolidadas. Geralmente as investigações giram em torno de casos como lavagem de dinheiro ou fraudes, de acordo com a reportagem investigativa Paraísos de Dinheiro e Fé, realizada pela Columbia Journalism Investigations (CJI), Centro Latino-Americano de Jornalismo Investigativo e outros nove veículos. No Brasil, a reportagem foi divulgada pela Agência Pública. Casos de escândalos milionários foram encontrados no Brasil, na Argentina, no Chile, na Colômbia e México. Investigações foram abertas nesses países por movimentação financeira suspeita, sonegação de imposto e acúmulo de propriedades de luxo por parte desses líderes religiosos. Ainda de acordo com a reportagem, muitos desses casos sequer chegam a resultar em acusações formais, ficando apenas no estágio de investigações preliminares, mesmo se tratando de acusações contra líderes e igrejas que possuem milhares de fiéis.

Veja a seguir alguns desses escândalos envolvendo milhões, líderes religiosos e igrejas:

Assembléia de Deus Ministério Madureira - Samuel Cássio Ferreira

Igreja Universal do Reino de Deus - Edir Macedo

A Luz do Mundo - Naasón Merarí Joaquín García

Primera Iglesia Metodista Petencostal - Eduardo Durán Castro

Third Exodus Assembly - Vinworth Dayal

O Ministério Madureira, um dos braços da Assembléia de Deus e Samuel Cassio Ferreira líder do Ministério Brás também da Assembléia de Deus são investigados desde 2015 por um suposto caso de lavagem de dinheiro que envolve suborno pago ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha condenado pela Lava Jato a 15 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. De acordo com o inquérito preliminar, foram depositados R$ 250 mil diretamente na conta bancária da igreja, dinheiro que segundo a investigação, seria parte do suborno devido a Cunha. O caso é conduzido pela 13ª Vara Federal de Curitiba (PR)  e não está disponível ao público.

Universal do Reino de Deus - Edir Macedo

Uma filial da Igreja Universal do Reino de Deus localizada na Argentina está sob a mira de investigação da Unidade de Informação Financeira (UIF), entidade argentina de combate à lavagem de dinheiro. As suspeitas giram em torno de numerosos depósitos de grandes somas de dinheiro em espécie na conta bancária da igreja de Edir Macedo. A UIF identificou que o dinheiro foi usado para a compra de imóveis, carros e um avião. A IURD na Argentina afirma que o dinheiro provém do dízimo de seus fiéis e que estes não costumam se identificar.

A Luz do Mundo - Naasón Merarí Joaquín García

A igreja Luz do Mundo está presente em 58 países, mas foi no México que o líder local Naasón Merari Joaquín Garcia é investigado por evasão fiscal e lavagem de dinheiro, segundo apuração do Mexicanos contra la Corrupción y la Impunidad (MCCI). Em 2020, a Unidade de Inteligência Financeira (UIF) mexicana ordenou o congelamento de diversas contas do líder religioso e de suas empresas que somam US$ 17,6 milhões (R$ 93,8 milhões). Além dos crimes financeiros, Naasón que é chamado em sua igreja de “Apóstolo de Jesus Cristo”, está preso desde 2019 nos Estados Unidos, acusado pela Procuradoria da Califórnia de 22 crimes, incluindo abuso sexual de menores e pornografia infantil.

Primera Iglesia Metodista Petencostal - Eduardo Durán Castro

Eduardo Durán Castro é bispo da Primera Iglesia Metodista Petencostal do Chile é investigado por suposta lavagem de dinheiro associada ao rápido crescimento de seu patrimônio pessoal que inclui 12 propriedades e oito carros. Grandes quantias depositadas entre 2014 e 2018 em sua conta bancária foram identificadas pela Unidade de Análise Financeira (UAF) do Ministério da Fazenda chileno. Os valores chegam a cerca de US$ 2,6 milhões (R$ 13,8 milhões). O bispo foi destituído em 2019 do cargo de líder da catedral evangélica e ainda não foi formalmente acusado pelo Ministério Público local, o que significa que o processo segue na fase preliminar de investigação. Em dezembro de 2019, a polícia em Trinidad e Tobago confiscou 29 caixas com notas de US$ 100 do país, que equivale a US$ 4,1 milhões. As caixas pertenciam ao pastor Vinworth Dayal da igreja Third Exodus Assembly. O pastor afirma ser inocente e seu advogado argumenta que as caixas continham oferendas feitas de forma voluntária para o benefício de membros da congregação.

Fontes: Agência Pública / www.poptvnews.com.br