Niquelândia (GO) - O empresário Ronaldo de Oliveira, de 45 anos, suspeito de participar de um esquema de fraudes no transporte público do Distrito Federal que superou R$ 1 bilhão, foi preso pela Polícia Militar na segunda-feira (12/4) em Niquelândia, no norte de Goiás. O escritório de advogados que faz a defesa do suspeito disse em nota que os fundamentos da decisão judicial que determinou a prisão não correspondem com a realidade e que serão objeto de nova discussão no Judiciário. O processo ainda está em primeira instância, segundo a defesa, e que não condenação. Por fim, a defesa diz que a transferência do empresário para o DF será decidido pelo Juízo competente. Ele era dirigente de uma cooperativa e é acusado de fraudes no sistema de bilhetagem eletrônica do extinto Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans). O Supremo Tribunal Federal (STF) expediu mandado de prisão contra ele em novembro de 2020. Na denúncia oferecida pelo Ministério Público do DF, o empresário é acusado de corrupção por dezoito vezes. A Polícia Militar recebeu denúncia anônima sobre o paradeiro do empresário e o localizou em uma caminhonete no bairro Boa Vista. Após a identificação e com o mandado de prisão em mãos, os policiais efetuaram a prisão. Segundo a corporação, o suspeito está à disposição da Justiça e será transferido para o Distrito Federal assim que possível.
Operação Trickster
Além de Ronaldo de Oliveira, mais 38 pessoas foram denunciadas em novembro do ano passado pelo Ministério Público do DF, na Operação Trickster. A Justiça autorizou, à época, o sequestro de R$ 71 milhões em bens e dinheiro das contas dos alvos e de empresas das quais são sócios. O valores devem ser usados para ressarcir os cofres do Executivo. Em abril de 2018, o MP ajuizou a primeira denúncia por organização criminosa e crime de inserção de dados falsos em sistema de informações contra cinco pessoas envolvidas no esquema de fraudes do sistema de bilhetagem. Na primeira fase da operação Trickster, foram expedidos 45 mandados de prisão temporária de envolvidos no esquema. Entre os alvos estavam empresários e servidores do órgão. À época, o sistema da autarquia registrou que um mesmo cartão de vale-transporte chegou a ser utilizado 60 vezes, em apenas uma linha de ônibus, em um prazo de oito segundos.
Fraude
O processo revela que os réus adquiriam de terceiros cartões vale-transporte, estudantil e especial por valores inferiores aos originais. Em seguida, eles acionavam os validadores de viagens para simular o transporte e passageiros, o que gerava créditos por serviços não prestados. A suspeita é de que o esquema tenha começado em 2014. Segundo a acusação, o grupo usava os cartões em ônibus de forma sequencial e em linhas diferentes.