Domingo, 28 de
Abril de 2024
Geral

Negligência

Em Palmas (TO), criança de 10 anos é vacinada com dose da Pfizer para adultos

Menina de 10 anos deveria receber o imunizante pediátrico. Após o erro na Unidade de Saúde da Família, criança foi para casa

Foto: Divulgação
post
Criança de 10 anos foi vacinada com dose da Pfizer para adultos em Palmas

09 fevereiro, 2022

Uma criança de 10 anos foi vacinada contra a Covid-19 com uma dose errada em uma Unidade de Saúde da Família (USF) de Palmas. A mãe da menina, a empresária Leidiane Paes Kliemann, disse que o imunizante aplicado foi o da Pfizer para adultos, e não a vacina pediátrica - que é usada para imunizar crianças de 5 a 11 anos. A aplicação foi na terça-feira (8/2) em um postinho da Arne 53, antiga quadra 406 Norte. A mulher contou ao g1 que seguiu todas as recomendações da prefeitura e, ao fazer o agendamento no site, foi direcionada para esta unidade. A prefeitura de Palmas (TO) foi procurada para comentar a situação. Por meio de nota, a Secretaria Municipal da Saúde (Semus) informou que a criança está em monitoramento e que já foi realizada uma notificação a respeito de sua imunização. A Semus esclareceu que a orientação nestes casos é seguir o esquema vacinal com a dose pediátrica quatro semanas após a primeira aplicação e que a equipe de saúde está acompanhando o caso. Leidiane contou que ao chegar no postinho entregou os documentos solicitados, assinou um termo de consentimento e, ao ser chamada na sala de imunização, viu a filha ser vacinada. Momentos após a aplicação, a profissional de saúde comunicou o erro. "A moça simplesmente falou: 'eita, a vacina foi errada' e disse que tinha usado a Pfizer adulta. Eles deviam ter pelo menos poupado a minha filha, me chamado para me comunicar. Foi uma dosagem de adulto no organismo de uma criança e eles nem me falaram o que eu deveria fazer depois. Ela [profissional de saúde] estava com a identidade da minha filha na mão", disse a mãe Leidiane Paes Kliemann. A mulher disse que saiu do postinho e foi para casa sem nenhuma orientação. Só depois do acontecimento ela soube que em Palmas há unidades exclusivas para vacinar de crianças. "Eu fui para onde me direcionaram no momento do agendamento. Lá eles deveriam informar que não vacinava criança, que eu levaria ela no lugar certo. Depois que aplicou só me mandaram ir para casa", disse Leidiane. Sobre o agendamento ter indicado uma unidade que não tinha doses pediátricas, a prefeitura informou que o sistema está passando por nova configuração para evitar este tipo de ocorrência em relação ao imunizante da Pfizer. Dessa forma, durante este período as três unidades que vacinavam adultos e adolescentes, como as USFs da 406 Norte, 1206 sul e Laurides Milhomem, atenderão o público por demanda espontânea e seguirão com verificação rigorosa quanto ao público recebido. A empresária contou que a filha sofre de um distúrbio do crescimento, é maior que as crianças da mesma idade e faz acompanhamento com profissionais. A família está preocupada com a saúde da menina. "Não sei os efeitos colaterais. A minha filha, graças a Deus, tem altura e peso. Mas se pega alguma outra criança pequena? Minha filha faz tratamento e isso acarretou vários problemas. Ela toma outros remédios e está enfrentando muitas coisas, nem está indo para a escola", disse a mãe. A médica da menina já informou à mãe que, por causa da dosagem para adultos, a menina terá que suspender alguns medicamentos.

O imunizante
A vacina para crianças de 5 a 11 anos tem diferenças em relação à aplicada em adolescentes e adultos. Por isso, o governo federal adquiriu uma versão específica do produto com dosagens e frascos diferentes (foto acima), apesar de o princípio ativo ser o mesmo. A mesma autorização de uso já foi concedida pelo FDA e pela EMA (agências regulatórias de saúde dos Estados Unidos e União Europeia). Em outubro de 2021, a Pfizer disse que a vacina é segura e mais de 90,7% eficaz na prevenção de infecções em crianças de 5 a 11 anos. O estudo acompanhou 2.268 crianças de 5 a 11 anos que receberam duas doses da vacina ou placebo, com três semanas de intervalo.