Uma juíza de Anápolis, a 55 km de Goiânia, está usando o metaverso para fazer reuniões, atendimento ao público e advogados. A tecnologia cria um ambiente virtual que simula um espaço compartilhado, como o próprio tribunal, para que as demandas sejam resolvidas de um jeito mais rápido. A iniciativa da juíza Aline Vieira Tomás foi implantada de maneira inédita no estado há um mês na 2ª Vara de Família e Sucessões e no 2º Centro Judiciário de Solução de Conflitos de Anápolis. A ideia surgiu a partir do pedido de um advogado para fazer uma reunião dessa forma. Segundo a magistrada, o metaverso é uma forma de aproximar o judiciário do cidadão. "É uma evolução, uma ferramenta a mais. Temos o atendimento presencial, que não deixa de ser feito, as videoconferências que se popularizaram durante a pandemia e, agora, o metaverso. A Justiça brasileira está sempre preocupada em ampliar o acesso das pessoas", disse a magistrada. Após entrar no metaverso usando um programa de computador, as pessoas criam avatares, que são como se fossem bonecos com as características de cada envolvido, e podem transitar pelo ambiente e interagir com quem estiver nele de maneira virtual. Mesmo com o visual ainda um pouco distante da imagem real das pessoas, não houve nenhuma situação de desrespeito durante as sessões e todos levam a sério as reuniões. "A imersão gerou um interesse maior das pessoas. Nas videoconferências, muitos desligavam as câmeras, microfones e ia fazer outra atividade. No metaverso, se o avatar está lá, ele está interagindo, mostra que está efetivamente lá", pontuou. A magistrada acredita que, com a popularização do metaverso e evolução da tecnologia, os avatares, que hoje têm aspecto mais próximo de desenhos animados, evoluam para hologramas, com a imagem real das pessoas. Atualmente, o projeto é feito apenas em situações administrativas e pedagógicas. Ainda não é possível fazer entrevistas e ouvir testemunhas oficialmente dentro de processos usando a tecnologia, pois é necessário definir regras. "As pessoas ainda estão conhecendo a tecnologia e não há uma regulamentação formal, então preferi usar para reuniões. Além disso, ainda não conseguimos ver feições, os movimentos e gestos feitos. E o juiz também leva isso em consideração na hora de fazer suas decisões", completou.
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