Criminosos escolheram novos atrativos para aplicar golpes digitais em todo o país. Enquanto o "dinheiro esquecido", assunto em alta nos noticiários reais, ganhou links falsos para resgate via Pix, um fictício recall de cartões de crédito tem sido anunciado em vídeos na internet. O Banco Central alertou sobre os dois temas. "Sem dúvida, os cibercriminosos se orientam por assuntos que chamam a atenção das pessoas. A intenção com isso é fazer com que a pessoa se motive, por exemplo, a clicar no link divulgado", explica o professor da FGV Direito Rio, Daniel Dias. É o caso do golpe do "dinheiro esquecido", também divulgado pela Polícia Civil de São Paulo. As mensagens que têm sido compartilhadas nas redes sociais informam que é possível resgatar a quantia via Pix clicando em um link. Na realidade, no entanto, a única forma de consulta e resgaste do dinheiro é pelo Sistema de Valores a Receber (SVR) do Banco Central. O BC, aliás, ressalta que não envia links nem entra em contato com ninguém, tem todos os seus serviços gratuitos e nunca pede senhas bancárias.
Entenda:
Segundo Daniel Dias, um dos riscos para a vítima ao clicar no link falso enviado é acabar inserindo no dispositivo eletrônico um vírus que consegue roubar dados para vantagem financeira. Esses dados são: informações pessoais, números de cartão de crédito, senhas, contatos e outros. Sócio-gerente e líder de prática na área de cibersegurança da Daryus Consultoria, Cláudio Dodt acrescenta: Essa não é a única consequência do clique em links falsos. Eles também podem instalar malware, ou seja, código malicioso, ou vírus no dispositivo da vítima para tentar controlá-lo remotamente ou bloqueá-lo até que seja feito um pagamento, normalmente através de alguma criptomoeda como o bitcoin.
É lei:
Outra estratégia dos bandidos é a invenção de que pessoas com cartão de crédito há três anos ou que usaram o cartão de crédito no ano passado teriam dinheiro a receber valores de volta. Nos vídeos publicados na internet, uma das justificativas apresentadas é de que o governo cobrou taxas além do que deveria, necessitando fazer a devolução do extra. Nas instruções, os vídeos recomendam cursos para aprender a retirar essas quantias ou indicam links que pedem dados bancários da vítima. Nada disso é real, no entanto. Para quem já caiu no golpe, o Banco Central orienta a informar ao banco. Se foi feito Pix pela vítima, é possível abrir um Mecanismo Especial de Devolução (MED), pra tentar reaver valores. O banco também pode marcar a chave Pix que recebeu o montante como suspeita e bloquear a conta do golpista. A vítima, é claro, também precisa acionar a Polícia.
Como se proteger de golpes virtuais?
Fonte: Cláudio Dodt, sócio-gerente da Daryus
- Ao receber uma mensagem de alguém que não conhece ou mensagem suspeita de um conhecido, entre em contato com a empresa ou a organização por meio de seus canais oficiais para confirmar se a mensagem é legítima.
- Evite clicar em links suspeitos em mensagens de texto, e-mail ou redes sociais. Antes disso, verifique se a URL parece legítima e não tem erros de digitação ou caracteres estranhos.
- Um software antivírus pode ajudar a detectar e bloquear sites maliciosos e downloads de códigos maliciosos. Vale lembrar que hoje existem diversas opções, inclusive sem custo, de antivírus tanto para proteger smartphones quanto computadores.
- Sempre mantenha o sistema operacional e os softwares do seu dispositivo atualizados com as versões mais recentes. Isso ajuda a garantir que ele esteja protegido contra vulnerabilidades conhecidas.
Imposto de Renda:
- Sempre que possível, habilite a autenticação em duas etapas em todas as suas contas e serviços que suportem essa opção. A autenticação em duas etapas adiciona uma camada extra de segurança ao exigir uma verificação adicional além da senha, tornando mais difícil para os cibercriminosos invadirem suas contas. Isso pode incluir um código enviado para o seu celular ou um reconhecimento biométrico.
- Eduque-se sobre golpes virtuais, engenharia social e phishing. Hoje em dia é essencial saber o que fazer tanto caso você receba uma mensagem suspeita ou acredite que efetivamente foi vítima de um golpe.
- Em geral, é preciso tomar cuidado ao compartilhar informações pessoais e financeiras on-line. Lembre-se de que empresas legítimas não solicitarão informações confidenciais por meio de mensagens de texto, e-mail ou redes sociais.
- E, claro, lembre-se de que se uma mensagem parecer boa demais para ser verdade, provavelmente é um golpe. Tenha cautela ao receber mensagens com ofertas ou promoções que parecem ser muito boas para serem verdadeiras. Isso pode incluir prêmios, descontos ou ofertas de emprego que exigem que você forneça informações pessoais ou financeiras antes de receber qualquer benefício.