Quinta-feira, 18 de
Abril de 2024
Geral

Investigação

Casas de PMs e batalhões são alvos de mandados em investigação

Sequência de assassinatos aconteceu depois que um policial militar morreu em confronto com criminosos. Em seguida, outras seis pessoas foram executadas

Foto: Motagem/g1
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Montagem com fotos do policial Anamon Rodrigues de Sousa e das outras seis vítimas da chacina de Miracema

13 junho, 2022

A Polícia Civil cumpre mandados contra policiais militares na manhã desta segunda-feira (13/6) em uma operação que investiga uma chacina que aconteceu há mais de quatro meses em Miracema do Tocantins. Na época, sete pessoas foram assassinadas em um curto intervalo de tempo. Seis mortes ocorreram após o policial Anamon Rodrigues de Sousa ser assassinado. Duas vítimas foram executadas dentro de uma delegacia. São 25 mandados de busca e apreensão sendo cumpridos nas cidades de Palmas, Lajeado e Miracema. Os alvos são policiais militares e também as sedes de batalhões da PM em Miracema e em Palmas. Agentes estiveram também no Quartel do Comando Geral da PM, na capital. A operação foi chamada de Azazel. Por telefone, o comandante geral da Polícia Militar coronel Silva Neto informou que está acompanhando a finalização da operação juntamente com a corregedoria da PM. Disse ainda que a corporação está à disposição da Justiça para colaborar com o esclarecimento dos fatos. A Polícia Civil informou, em nota, ainda que toda investigação e operação está sendo acompanhada pelo Ministério Público do Estado do Tocantins, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A operação recebeu o nome de Azazel, anjo caído que está relacionado ao pecado da ira e seria encarregado da tarefa de levantar as faltas humanas e as enumerar perante o tribunal divino. A sequência de seis assassinatos na cidade ocorreu após Anamon morrer durante confronto com criminosos. Depois do crime, Valbiano Marinho da Silva, de 39 anos, suspeito de matar o policial, e outras cinco pessoas foram mortas a tiros. O pai e irmão do suspeito da morte do militar estão entre as vítimas. Eles foram mortos dentro da delegacia da Polícia Civil de Miracema. As vítimas estavam na unidade para prestar depoimento e foram baleados por homens encapuzados e armados que invadiram o local. Para chegar até as vítimas os criminosos renderam agentes da Polícia Civil. Manoel Soares da Silva, de 67 anos, e o filho dele, Edson Marinho da Silva de 37 anos, foram executados com incontáveis tiros. Na época, o delegado-geral da Polícia Civil Claudemir Ferreira afirmou não haver indícios do envolvimento das vítimas na morte do PM. Logo depois, outras quatro pessoas foram baleadas na cidade. Três delas morreram e um jovem de 18 anos ficou ferido. Os corpos foram encontrados em 5 de fevereiro. As vítimas não tinham passagem pela polícia por nenhum crime.