Quarta-feira, 27 de
Novembro de 2024
Geral

Agressão

Cantor e esposa denunciam que foram agredidos por policial militar,

Warley Carvalho contou que foi preso suspeito de furtar combustível e afirmou que foi agredido para confessar crime que não cometeu. Caso está sendo apurado pela Polícia Civil

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
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Warley Carvalho denuncia que foi agredido por policial militar

18 setembro, 2021

Senador Canedo (GO) -  O cantor Warley Carvalho, de 35 anos, e a esposa dele, a servidora pública Deborah Coelho, 23, denunciaram à Polícia Militar que foram torturados por um tenente da corporação em Senador Canedo, na Região Metropolitana de Goiânia. O casal gravou um vídeo mostrando os ferimentos que sofreu e relatando o que aconteceu . O G1 não conseguiu localizar o policial militar acusado da agressão para pedir uma posição sobre o caso. A reportagem solicitou à Polícia Militar uma nota, por e-mail, às 13h13 deste sábado (18/9), e aguarda retorno. A Polícia Civil informou que está investigando o caso, que o policial militar já foi ouvido, assim como algumas testemunhas, mas que o delegado responsável não deve falar sobre as apurações antes de segunda-feira (20/9). Segundo o cantor, as agressões aconteceram nos dias 3 e 4 de setembro, mas só agora ele decidiu expor o caso como tentativa de se proteger, porque está com medo. Warley Carvalho denunciou que foi agredido com a esposa -  Warley disse que, por causa da pandemia da Covid-19, comprou um caminhão com um sócio para começar a fazer entregas de combustíveis, já que o ramo de entretenimento ficou muito comprometido. Ele contou que passou a prestar serviço a uma empresa onde o irmão dele é gerente. Em nota, a Transportadora Mundial, que é citada nos documentos, disse que está à disposição para prestar esclarecimentos e que "tem as provas do furto ocorrido". A nota informou ainda que o procedimento judicial encontra-se em curso e que a empresa tomará as medidas judiciais cabíveis, pois "a realidade dos fatos está sendo distorcida".

Agressão 

O cantor disse que a empresa o chamou para conversar no último dia 3 de setembro porque um cliente havia reclamado, por e-mail, que uma das entregas feitas por Warley chegou com 2 mil litros de diesel a menos. “Quando isso aconteceu todo mundo ficou desesperado pensando que iam perder cliente. A dona chamou o marido, que é tenente da PM. Eu estava na empresa aguardando, achando que iriamos conversar, mas ele já chegou me algemando com os braços para trás”, relatou. Warley denunciou que foi agredido com chutes, socos, teve um saco colocado na cabeça e ainda uma toalha sobre o rosto com água jogada em cima, para “afogá-lo”. “Eu cheguei a desmaiar e acordei com eles me perguntando para quem eu tinha vendido o combustível”, relatou. Na denúncia registrada pelo cantor na Corregedoria da PM, ele relata que “não aguentava mais ser torturado e agredido e acabou dizendo” que cometera o crime e quem seria o receptador. Warley contou ainda que, assim que o fez, os PMs lavaram o rosto dele, que estava ensanguentado, e o colocaram no camburão da viatura. O cantor foi levado à delegacia de Senador Canedo e apresentado como preso em flagrante por furto de combustível. No boletim de ocorrência do caso, os PMs registraram que Warley resistiu à prisão, mas que, “quando estava mais calmo”, confessou o crime. “Cheguei para fazer o exame de corpo delito, e os PMs falaram para o médico que eu tinha caído. Cheguei no delegado, o delegado perguntou a eles o que tinha acontecido e disseram que eu tinha resistido à prisão, mas eu estava algemado!”, contou. Ao prestar depoimento na Polícia Civil referente à ocorrência de furto do combustível, Warley contou que fora torturado para confessar. Mais tarde, ele teve a fiança paga e foi solto.

Agressão ao casal

“No dia seguinte eu fui atras dos canhotos para provar a minha inocência. Estava com medo de me verem, então pedi para minha esposa, Deborah, descer e pegar, enquanto eu esperava no carro, mas o PM [marido da dona da empresa] estava lá de novo, à paisana”, disse o cantor. Warley disse que o policial puxou Deborah pelos cabelos e o mandou descer do carro. “Eu desci, ele estava armado e me deu uma coronhada no rosto e me jogou na parede. Nisso, meu telefone caiu e ele já pegou e disparou no meu rumo. Atingiu perto do meu rosto, na parede, mas graças a Deus não me pegou”, completou. O cantor disse que o PM, então, pegou o celular e a esposa dele e entrou com os dois para dentro da empresa, deixando Warley de fora. Segundo Deborah contou depois ao marido e a outros policias, o PM queria as senhas do celular dela e do marido e que, enquanto exigia isso, a agrediu com socos no estômago e no rosto. Enquanto a esposa estava dentro da empresa, Warley foi pessoalmente ao batalhão da PM pedir ajuda e voltou com os policiais militares que estavam de plantão, que retiraram a jovem de lá e a levaram para fazer exames e prestar depoimento na delegacia. No boletim de ocorrência deste dia, 4 de setembro, consta que o PM identificado como marido da dona da transportadora prendeu Deborah por tentativa de furtar notas fiscais da empresa. Ainda neste registro policial, consta que o casal denunciou que teve os dois celulares furtados pelo policial militar, que pegou ambos e não os devolveu. Warley também contou que uma equipe de perícia foi à empresa onde tudo teria acontecido e que conseguiu encontrar um pouco de sangue do próprio cantor na entrada da transportadora, e a bala da arma que teria sido disparada pelo PM. Após os registros da Polícia Civil, o cantor fez a denúncia sobre essas agressões à Corregedoria da PM no último dia 9. “Depois disso não voltei a lugar nenhum. Estou com medo, não durmo, vou ter que ir num psiquiatra. Minha esposa chora toda noite, não estou dando conta mais, não sei o que eu faço”, desabafou.

Fontes: G1 Goiás / www.poptvnews.com.br