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Barraca sem vendedores oferece produtos na beira de estrada: Tua consciência é a tua virtude

Barraca é mantida por um casal de fazendeiros. Segundo eles, o ninguém nunca saiu sem pagar e as vezes sobra dinheiro no caixa da barraca

Foto: Reprodução/TV Anhanguera/TO
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Hevaldo Braga vende os produtos à base da confiança

09 setembro, 2019

Por G1 Tocantins

Paraíso do Tocantins (TO) - Quem for viajar pela TO-080 entre Palmas e Paraíso do Tocantins e olhar para o acostamento no km 44 certamente vai ver uma barraquinha simples que vende frutas e temperos. O local pode parecer como qualquer outro comércio na beira de estradas, mas tem uma coisa diferente: não tem ninguém atendendo. O que vale neste negócio é a honestidade dos compradores. No local ficam os produtos, uma tabela com os preços e uma caixinha de madeira para guardar o dinheiro. O forte do comércio é o tempero, mas tem polpa de frutas, maracujá, lima, banana e outras frutas. Na parede até tem um lembrete para a honestidade dos clientes: 'Tua consciência é a tua virtude'. Mas o fazendeiro Hevaldo Braga conta que nunca teve problemas para fechar o caixa. "As vezes tem até dinheiro um pouco a mais porque não tem troco. A honestidade tem sido sincera do pessoal", contou. O Hevaldo toca a Fazenda Serrinha, de onde saem os produtos, com a esposa Wilma Braga, que é mais conhecida como Tia Wilma. Eles passam o dia fazendo polpa de fruta ou preparando os temperos à base de sal, alho, pimenta, açafrão. Eles não têm tempo para nada e é por isso que abarraca fica sem ninguém. "Até agora tem dado certo demais. Nunca sumiu algum pote ou dinheiro, não", conta a Tia Wilma. O casal Alessandra Sampaio e Paulo Coragem estava viajando de Paraíso para Palmas e parou para comprar tempero. Eles achavam que tinha vendedor na barraca. Como não encontraram ninguém, leram os avisos e levaram três potes de tempero. "Eu parei por causa desse maracujá, que me lembra infância, e vi aqui tudo escrito: pegue, pague. A tabela de preço e a fala que ‘a maior riqueza do homem se chama honestidade’. Fizemos a nossa compra, deixamos o pagamento e anotei no caderno o valor da compra. Eu acho que esse princípio deveria reger a nossa humanidade para uma sociedade melhor", disse a advogada Alessandra Sampaio. O engenheiro Paulo Coragem também aprovou a ideia. "Eu penso pelo lado prático, lado econômico. Então, viabiliza das pessoas estarem lá produzindo sem ter que gastar o tempo delas aqui na venda. Isso é inteligente para todo mundo." O tempero da Tia Wilma chama atenção por dois motivos: primeiro pela forma como é vendido e depois pelo sabor, que segundo a propaganda da barraca tem o 'sabor beijo'. "É uma virtude continuar sendo honesto. Eu acredito nessa parte porque na época dos meus pais todo mundo comprava de uma safra pra pagar na outra. entrava, comprava. Então é aquilo que eu confiei e acredito", afirma o fazendeiro Hevaldo Braga.